domingo, 14 de fevereiro de 2016

Procurando fugas de corrente.

A bateria do seu carro anda descarregando muito rapidamente? Deixá-lo 2 dias desligado é sinônimo de bateria arriada? Pode ser que você tenha alguma fuga de corrente significativa, como alguma luz de cortesia escondida que não se apaga no porta luvas ou no porta malas, por exemplo. Pode ser algo mais grave como um pequeno curto circuito, provocado por excesso de umidade em contatos e placas eletrônicas (inclusive o rádio) ou falhas em capacitores/transistores.

Bom, fato é que precisamos descobrir de onde está fugindo energia e precisamos agir rapidamente, antes que a bateria seja condenada a troca, afinal, descargas profundas da bateria comprometem significativamente a vida útil.

Ferramentas:

Chave hexagonal: geralmente 10mm, para remover o conector do polo negativo da bateria.
Multímetro com medição de amperagem entre 1A e 10A (ou 20A).
Pinça para remoção de fusíveis: em alguns carros tem uma no compartimento de fusíveis.
Garras plásticas, ou prendedores de roupas, para segurar as pontas de prova.

Procedimento:

A bateria deve estar carregada, com tensão entre 12,3V e 12,5V.

Faça medições de tensão entre o terminal da bateria e o terminal dos cabos. Dessa forma é possível dizer se há alguma contaminação no polo da bateria que esteja prejudicando o contato e consumindo energia. Nessa medição, o valor deve ser igual a 0,00V.

Desligue todos os equipamentos elétricos do carro (rádio, luzes de cortesia, carregadores de celular, etc). Caso algum desses equipamentos estejam ligados, a corrente consumida por eles poderão danificar o multímetro.

Desconecte o cabo negativo da bateria. Pode ser o positivo? Sim, mas pelo cabo negativo é mais seguro, já que ele é o aterramento do veículo e caso encoste na lataria, nada acontecerá.

Configuração das pontas de prova para medição de CORRENTE. Importante: nessa configuração, não coloque as pontas de prova em paralelo com o sistema, pois colocaria o sistema em curto circuito.

Coloque o multímetro na posição "medição de amperagem" em corrente contínua e comece sempre pela faixa mais alta. Nesse multímetro, a seleção entre CA/CC é feita através de botão de seleção.

IMPORTANTE: nunca coloque o multímetro para medição em mA (miliampere). O fato do carro utilizar tensão de 12V, implica no uso de correntes altas para acionar equipamentos. Por exemplo, uma lâmpada de 60W na rede 110V demanda 540mA. Em um veículo, uma lâmpada de 60W demanda 5A de corrente.

Ligue as pontas de prova em série com o sistema (uma ponta no conector negativo e a outra ponta no polo negativo da bateria). Meça a corrente. É comum que em carros modernos haja uma corrente basal de até 50mA. Qualquer valor superior a esse, deve ser investigado.

Corrente basal medida no carro: 21mA (miliampere): isso significa que está tudo certo com o sistema elétrico do carro.

Como estava tudo certo com o sistema elétrico desse caso, resolvi forçar uma situação de maior consumo de corrente, abrindo a porta do carro. Assim temos a lâmpada de cortesia acesa, que consumirá uma pequena quantidade de corrente, simulando uma fuga de corrente pequena.

Com a porta aberta e a luz de cortesia acesa, a corrente consumida passa para 151mA.

Caso o veículo não apresente uma corrente parasita (qualquer leitura acima de 50mA), mas ainda assim há problemas elétricos que envolvam a descarga da bateria, o problema pode estar na bateria ou no alternador.

Caso o veículo apresente corrente maior que 50mA, você deverá investigar todos os fusíveis, até encontrar o circuito defeituoso. Nessa simulação eu sei exatamente que fusível procurar, mas no caso em que não se sabe qual equipamento está com fuga de corrente, deve-se investigar cada fusível.

Caixa de fusíveis: verifique no manual do proprietário a localização das caixas de fusíveis no seu carro. Alguns possuem duas (uma no compartimento do motor e outra perto do motorista) mas podem apresentar mais uma, no lado do passageiro.

Diagrama da caixa de fusíveis do compartimento do motor: nessa simulação removerei o fusível de 15A (DOME) situado próximo ao Relê ST (Starter = Motor de Arranque) e do fusível de 40A (MAIN)

Do diagrama para a realidade.

Observe que com o fusível no lugar, a corrente lida é de 147mA.

Ao removê-lo temos uma queda de quase 100mA. Isso significa que em uma situação real, se ao remover o fusível a corrente cair, indica que o equipamento daquele circuito apresenta algum problema.

Se não soubéssemos qual fusível retirar, qual deveria ser o procedimento?
Nesse caso o procedimento seria remover cada fusível e fazer a leitura do multímetro e colocar o fusível novamente no lugar. Assim, que encontrar algum fusível que ao remover apresente uma queda de corrente acentuada, verifique no diagrama a que equipamento o fusível pertence.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Como trocar pneu furado

O pneu furou e você não tem idéia do que precisa ser feito?

Quando você perceber que tem um pneu furado, no momento em que parar o carro, pense na sua segurança. Escolha um local plano (não inclinado e nem acidentado) em um local que você possa ser facilmente visto por outro motorista. Escolhido o lugar, ligue o pisca alerta e arme o triângulo a no mínimo 30 metros do seu carro. 

Macaco, triângulo e chave de rodas, geralmente tudo no mesmo lugar.

Localize o estepe e as ferramentas. Em muitos casos o estepe está situado na parte traseira do carro: dentro do porta malas, ou pendurado em baixo do assoalho. As ferramentas (macaco e chave de roda, bem como o triângulo) podem estar junto com o estepe, ou sob o banco traseiro.

É recomendado que você calce o veículo no momento da troca do pneu. O calço deve ser colocado na roda diagonalmente oposta da roda que será elevada. Por exemplo, se for trocar a roda traseira do lado do motorista, o calço vai na roda dianteira no lado do passageiro. Mas se não tiver um calço, retire a chave do contato, deixe o veículo engatado e certifique-se que o freio de estacionamento está travado.

Estepe: a localização depende do carro. Pode estar dentro do porta malas ou embaixo do carro


Antes de levantar o carro com o macaco:
1. Afrouxe os parafusos.
De posse de todas as ferramentas, o primeiro passo é afrouxar os parafusos. Com a chave de rodas, gire o parafuso no sentido ANTI HORÁRIO, para quebrar o torque de aperto. Não remova os parafusos ainda.

Antes de levantar o carro, afrouxe os parafusos. (Ignore esse anteparo amarelo do estacionamento).

Talvez seja necessária força, caso seu carro tenha passado pelas mãos de trogloditas centros automotivos que usam chaves pneumáticas para apertar os parafusos. Cuidado com "subir" na chave de rodas para quebrar o torque dos parafusos, ou jogar o peso do corpo. É mais seguro fazer força com as pernas do que com o corpo. Então, posicione a chave de tal forma que você possa realizar força para cima, segurando a chave com as duas mãos e usando a força das pernas para subir a chave e soltar o parafuso.

2. Eleve o carro.
Posicione o macaco: alguns carros possuem uma marcação do local correto para apoiar o macaco. Caso você não encontre essa marca, o macaco deve ser posicionado na região entre os eixos, cerca  de 10 a 15cm da caixa de roda. Em caminhonetes, o macaco é colocado sob o feixe de molas, na suspensão traseira e sob a bandeja da suspensão dianteira, nunca no chassis e jamais na carroceria.

O macaco deve ficar encaixado na "rebarba" que há na parte de baixo do carro. Essa região próxima da caixa de rodas é convenientemente reforçada.

Com o macaco em posição, comece a subir o carro, até que o pneu fique de 2 a 3 cm do chão. Não suba demais o carro ou ficará mais difícil colocar o estepe.

Um pneu furado pode ficar achatado quando o carro subir. Se isso acontecer, eleve um pouco mais para que o estepe entre com facilidade.

3. Remova as porcas
Com o carro elevado, termine de remover os parafusos, ou porcas, deixando os de baixo por último.

Primeiro as de cima depois as de baixo? Isso ajuda a manter a roda alinhada enquanto removem-se os parafusos. Caso retire primeiro os de baixo, a roda vai desalinhar e dificultar a remoção dos parafusos de cima.

4. Remova o pneu furado e coloque o estepe.
Remova o pneu furado e coloque o estepe, alinhando os furos do cubo da roda, ou os prisioneiros, com os furos da roda. Coloque os parafusos ou porcas com auxílio da chave de rodas, mas não force o aperto ainda. Nesse passo é importante que a roda fique bem encostada na ponta do eixo.

Ponta do eixo. 

Para ter certeza que o pneu está na posição correta, depois de prender os parafusos, segure-o pelo pneu e faça movimento para tentar tirar e colocar a roda do lugar. Se o conjunto não se mover, está pronto para descer o carro. Senão, posicione corretamente a roda e faça o aperto manual (sem a chave de roda) dos parafusos novamente. A roda deve ficar firme na ponta do eixo, antes de descer o carro.

Através do furo de centralização, você pode verificar se a roda está bem posicionada. Além do mais, apoie primeiro a roda pelo furo central e gire até que os furos se alinhem.
No caso de veículos com prisioneiros (quando o parafuso vai preso na ponta do eixo e retira-se uma porca) o alinhamento exige um pouco mais de paciência.

Dica: se seu carro possui calotas presas pelos parafusos da roda, no momento em que estiver colocando os parafusos, verifique duas coisas: qual dos furos da calota é maior e onde é a ranhura da válvula de ar. Coloque primeiro o parafuso que corresponde ao furo maior da calota.
Não faça força na chave de rodas com o carro erguido ou poderá cair do macaco.
Coloque os parafusos com o auxílio da chave de rodas, mas não faça o aperto final ainda.

5. Desça o veículo e termine de apertar os parafusos.
Com o carro no chão, posicione a chave de roda sobre os parafusos e aplique o torque de aperto, no sentido HORÁRIO. Não é necessário excesso de força. Um bom aperto pode ser obtido posicionando a chave no parafuso e forçá-la até o parafuso travar usando o peso do corpo.

6. Guarde as ferramentas e procure uma borracharia.
Recolha o triângulo e as ferramentas. Aproveite o momento para procurar uma borracharia para fazer o conserto do pneu o quanto antes. Trafegar com estepe sem condições de uso, gera multa e pontos na CNH.

Bom trabalho com a troca de pneus e até o próximo Dia de Garagem!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Como testar amortecedores.

"O amortecedor tá estourado, chefe". É sempre assim que começa a conversa de alguns mecânicos, que querem ganhar um extra, vendendo peças e mão de obra. Mas, será que o amortecedor está mesmo com algum problema?

Amortecedores dianteiros, esquerdo e direito, depois de rodarem quase 200 mil km, um deles já havia perdido toda a pressão enquanto o outro ainda possuía pressão, porém nada comparável aos amortecedores novos.

O velho teste do chacoalhar o carro não funciona mais. As suspensões modernas têm mecanismos para compensar a oscilação mesmo com os amortecedores ruins e chacoalhar o carro simplesmente será inconclusivo. Medir a altura do carro, de um lado ou de outro, também não é definitivo. O melhor jeito de dizer se uma suspensão está ruim ou não é testar a frenagem do carro e andar em uma rua de paralelepípedos.

A explicação é bastante simples: os amortecedores em projetos modernos, são compostos por 2 câmaras, que trabalham em 2 intensidades: para compensar o balanço natural do carro na rodagem e para estabilizar as molas quando o carro passar por um buraco ou obstáculo. Ainda que um amortecedor esteja completamente inútil, a barra estabilizadora ajuda a compensar o balanço.
Vamos aos testes.

1. Em uma rua plana e suficientemente deserta, acelere o carro até 40km/h e acione os freios até a parada completa. Nesse momento, observe se a frente do veículo mergulha, ao mesmo tempo que a traseira levanta. Quando o carro parar completamente a tendência será de voltar abruptamente. É natural que o veículo tenha essa tendência, mas quando ela é excessiva, há fortes indícios que os amortecedores estão ruins. Para ter certeza, vamos à rua de paralelepípedos.

2. Em uma rua de paralelepípedos, a oscilação da suspensão é bem trabalhada. Amortecedores ruins não conseguirão acompanhar as  oscilações e transmitirão para a direção e farão a carroceria sofrer mais com os impactos. Assim, você perceberá que a rodagem sobre ruas de paralelepípedos parecerá bem mais áspera quando os amortecedores estiverem ruins.

3. Um último teste pode ser feito em uma rodovia: quando o carro estiver entre 90 e 120 km/h preste atenção na direção. Se você sentir excesso de vibração no volante quando passar em deformações na pista, excesso de inclinação do carro em curvas e até excesso de esforço no volante quando estiver em uma curva, seus amortecedores podem estar danificados.

Se comprei o carro usado e não conheço o histórico dele?

As recomendações de fábrica é de que os amortecedores sejam trocados (todos ao mesmo tempo) aos 40 mil quilômetros. Na prática isso dificilmente ocorre. Porém, vocês já perceberam que isso não é o que acontece. Mantive os amortecedores originais por 200 mil quilômetros em um carro. A grande questão é: o carro não apresentava nenhum comportamento anômalo, como oscilação em altas velocidades ou trepidação durante a frenagem e, na minha opinião, a segurança do veículo é o quesito mais importante quando decidimos adiar ou não uma substituição de peça.

Para não ser enganado por um mecânico, caso queira levar o veículo para a oficina e fazer uma inspeção, recomendo que você olhe a situação dos componentes antes de levar ao mecânico. Procure por vazamentos de óleo no amortecedor. É uma prática comum os mecânicos afirmarem que o amortecedor está vazando, então, verifique de antemão se há algum vazamento. Verifique antes de levar o carro para oficina, pois certa vez vi um mecânico borrifar óleo na carcaça do amortecedor antes de mostrar para o proprietário. 

Reparar no comportamento do seu carro é a melhor forma de fugir de vendedores de peças em centros automotivos, que jurarão de pés juntos que o amortecedor está estourado! Até o Próximo Dia de Garagem!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Troca de amortecedores e molas

A recomendação de fabricantes é que os amortecedores sejam trocados aos 40 mil quilômetros, as molas aos 80 mil e sempre aos pares. Mas isso é apenas um parâmetro. Um amortecedor pode durar muito mais que isso ou muito menos e tudo depende do uso. Com o tempo, em uso na cidade, o amortecedor perde pressão e a ação é comprometida. O risco de andar com o carro com amortecedores ruins é muito pequeno, mas potencializa o perigo em situações de emergência.


Por exemplo, um amortecedor em meia vida, reduz a capacidade de frenagem do carro, devido a uma sucessão de fatores: o carro "mergulha" durante a frenagem e isso exige mais dos freios dianteiros, que aquecem mais e aumenta a distância de frenagem. Ou o carro torna-se instável em manobras evasivas, como  desviar de objetos e fatalmente pode-se perder o controle.

Pode acontecer de julgarmos desnecessária essa troca e prosseguir com os mesmos amortecedores muitos e muitos quilômetros, até que percebemos que o carro já não está mais tão suave quando passamos em buracos, o que pode ser um pouco trágico para as demais peças da suspensão, como buchas, bandejas e até coxins do motor.

De qualquer forma, em algum momento lembramos de trocar os amortecedores e molas. Para os auto entusiastas que têm interesse em realizar esse trabalho em casa, mostrarei como é feita a substituição dos amortecedores em um Corolla 1999.
Porém é importante lembrar que é um procedimento trabalhoso (em torno de 40 min por conjunto) e exige ferramentas especificas e de preferência sem improvisos. Há risco de desprendimento catastrófico da mola em caso de "gambiarra".

O carro em questão, possui configuração tipo MacPherson na dianteira e na traseira, portanto as quatro molas vão montadas na torre dos amortecedores por meio de pratos e isoladores de borracha. É muito comum que os carros possuam esse sistema apenas na dianteira.
Na traseira, existem outras opções, como Eixo de Torção, Suspensão Independente com semieixo flutuante, Double Wishbone, MacPherson, Feixe de molas, etc, cada uma com sua característica peculiar na dirigibilidade, conforto, capacidade de carga e desmontagem.

Além das estruturas das suspensões, existem eixos secundários, como a barra estabilizadora e suas bieletas, a barra Panhard e barras paralelas, que auxiliam na estabilização dos movimentos laterais da suspensão e consequentemente muitas buchas, que precisam ser avaliadas no momento da troca dos amortecedores.
O risco de deixar essas buchas danificadas, é a deterioração delas, que pode causar rompimento, consequentemente haverá problema com o alinhamento do carro e o desgaste prematuro e irregular dos pneus. Além disso, em casos mais extremos, quando a vibração das rodas é excessiva, há esforço na ponta do eixo, provocada por uma massa de 15kg, girando a 900rpm, com consequentes danos ao rolamento ou até ruptura do cubo da roda.

Ferramentas:

Macaco
Cavaletes
Encolhedor de molas
Chaves hexagonais
Soquetes hexagonais/estriados
Cabo de força/Catraca
Chave Allen
Torquímetro

As fotografias foram tiradas conforme a montagem/desmontagem. Estão de fato misturadas a parte traseira e dianteira desse carro, para explorar ao máximo as pequenas diferenças entre uma montagem e outra, apesar de serem torres MacPherson.

Procedimento:

Porcas superiores: as três menores seguram a torre na estrutura do carro enquanto a porca central, segura o prato na haste do amortecedor, segurando a mola no lugar. Recomendo afrouxar a porca da haste ainda montada no carro, com o carro no chão. Não retire essa porca ainda, ou você terá complicações na desmontagem. Apenas quebre o torque das menores e deixe-as em posição.

Depois de afrouxar todos as porcas do prato superior (ambos os lados, caso você esteja trocando os dois amortecedores) retire as rodas e mantenha o carro suspenso dos dois lados, apoiado em cavaletes. Lembre-se de colocar calços nas rodas que estiverem apoiadas no chão.

Fixação do amortecedor na ponta do eixo: remova a porca e o parafuso que prende a ponta do eixo. Não utilize martelo ou marreta para retirar-lo. Empurre o para fora enquanto você movimenta a ponta do eixo em todas as direções. Quando os furos se alinham, o parafuso sai sem necessidade de marreta, que pode estragar o fio da rosca.

Observe se não há nenhuma linha hidráulica presa no amortecedor. Retire com cuidado e se for necessário desmontar alguma conexão, haverá necessidade de realizar a sangria do sistema de freio.

Quando o amortecedor estiver livre, ou seja com a linha hidráulica e ponta de eixo desconectada, remova as três porcas que prendem o amortecedor na estrutura. Retire o amortecedor com cuidado.

Torre (traseira) do Corolla, pronta para desmontagem. O último mecânico, colocou essas mangueiras para evitar ruído nas molas, porém, entre a mangueira e a mola houve infiltração de água, que enfraqueceu a mola, com rompimento da mesma na parte de baixo. Cuidado com essa prática.

Observe a posição das molas, batentes e coifas, nem como do prato superior, para que você possa fazer a montagem correta.

Encolhedores de molas "universal". Ferramenta essencial para a desmontagem do conjunto amortecedor/mola. Esse modelo serve para as molas dianteiras. Nas molas traseiras existem modelos diferentes, com garra simples.

Comprima a mola até que ela fique solta dentro do conjunto. Quando assim estiver, remova o parafuso que prende o prato superior na haste e remova a mola.

Comprima a mola nova, até que a altura seja compatível com o fim da rosca da haste do amortecedor. Para comprimir a mola corretamente, os encolhedores devem ser colocados diametralmente opostos, e devem ser apertados alternadamente em pequenos passos, para que a mola seja comprimida por igual.

Para a montagem do amortecedor novo, é muito importante que o amortecedor seja preparado (escorvado) para a montagem. Com a peça na posição vertical, abaixe a haste até o final do curso, solte e deixe o amortecedor voltar à posição inicial, para remover bolhas de ar no fluido. Repita esse procedimento pelo menos 5 vezes. Depois de escorvado o amortecedor deverá ficar na posição vertical.

Como saber se todo o ar foi removido? Quando você pressionar a haste do amortecedor, ela deverá possuir a mesma resistência ao movimento ao longo de todo o curso. Se houver ar na câmara, você perceberá que no início há pouca resistência.

Comece a montagem do conjunto, colocando as borrachas de isolamento no prato inferior e superior da mola. Coloque os batentes na haste do amortecedor. Coloque a mola na posição correta e então coloque o prato superior com o guarda pó. Coloque e torqueie a porca da haste até que o conjunto fique em posição correta de montagem. Descomprima a mola até que ela fique em posição próxima da montagem final, mas deixe o movimento do prato superior livre.

Torre pronta para ser instalada no carro. Perceba que o prato superior possui posição correta de montagem. Deixe-o livre para pequenos ajustes. Quando estiver corretamente posicionado, parafuse a parte superior e descomprima as molas. Atenção ao posicionamento correto das molas.

Com o amortecedor no lugar, prenda-o na ponta do eixo, colocando os parafusos em posição, alinhando os furos cuidadosamente e trave as porcas.

Certifique-se duplamente que todas as porcas estejam totalmente torqueadas e se possível procure o torque correto em um manual de serviço. No caso desse Corolla, deve-se aplicar 210Nm de torque nos parafusos da ponta do eixo e 130Nm nas porcas do prato superior. (115Nm as porcas da roda)

Essas são as etapas necessárias para a remoção e montagem dos amortecedores dianteiros e traseiros da suspensão. Nos casos em que as molas são montadas em posição diferente do amortecedor, é possível trocar os amortecedores, apenas elevando o carro e soltando as porcas. Lembre-se que escorvar os amortecedores é uma etapa muito importante antes da montagem.

Até o próximo Dia de Garagem!