sábado, 30 de janeiro de 2016

Testando cabos de vela

Um dos fatores que podem contribuir com o aumento no consumo de combustível e um funcionamento instável do motor é o sistema de ignição. Velas ruins e cabos de velas danificados, são protagonistas de inúmeros problemas no funcionamento do carro: trepidação na marcha lenta, dificuldade de partida, perda de potência...

Os cabos de vela são muito negligenciados, por serem caros e por não apresentarem um desgaste visível, ao contrário das velas. O desgaste do cabo, com terminais oxidados ou rachaduras no isolamento, não provocam sintomas tão graves quanto uma vela gasta, mas é muito prejudicial para sensores e para o consumo do carro.

Uma rachadura no isolamento do cabo, provoca a oxidação do fino fio de níquel-cromo do núcleo e isso provoca a elevação da resistência interna do fio. O aumento da resistência do cabo de vela, prejudica a condução da corrente e consequentemente prejudica o centelhamento da vela, podendo impedi-lo completamente. Nisso, a sonda lambda faz uma interpretação errada da composição dos gases de exaustão e pode até acender a luz de serviço e vem o maldito P0130 no scanner, mostrando falha na Sonda Lâmbda.

Essas fissuras no isolamento também podem provocar a fuga da centelha. isso significa que parte da corrente será perdida entre o cabo e qualquer superfície metálica aterrada. Ou seja: a centelha pode acontecer em qualquer lugar entre a bobina e a vela, basta ter uma fissura no cabo. Dessa forma, sobra menos energia para a vela.

Mais: quando deixamos a vela se desgastar excessivamente, até o ponto de não conseguirmos dar partida no carro, a bobina tenta compensar o aumento do "gap" pelo desgaste dos eletrodos aumentando a tensão, podendo chegar aos 30kV. (a operação normal é de 12kV). Esse excesso de tensão, provoca o aquecimento do cabo e consequentemente reduz a vida útil.

É necessário saber que existem dois tipos diferentes de cabo de vela: os cabos resistivos e os cabos com terminal resistivo. 
Essa diferença se apresenta da seguinte forma: os cabos resistivos são compostos por um filamento de níquel cromo enrolado em forma helicoidal em torno de um núcleo isolante. Esse enrolamento, produz um campo magnético, que age como uma blindagem eletromagnética, para não gerar interferências de radiofrequência em outros sistemas do carro.
Os cabos com terminal resistivo, possuem um fio condutor sólido, coberto pelas camadas isolantes e blindagens magnéticas e um resistor no terminal da vela.

Existem ainda carros que não possuem cabo de vela e a bobina é instalada individualmente em cada vela (Honda Fit, Chevrolet Onix) e isso tem se tornado bastante comum, pois é um sistema mais preciso e isso gera economia de combustível e redução de emissões, quesitos mandatórios em motores modernos. Nesse caso, se há problema com o sistema de ignição e não é vela, é preciso fazer um teste das bobinas.

Isso significa que a resistência de cabos resistivos varia de acordo com o comprimento do cabo, enquanto nos cabos com terminal resistivo, a resistência é a mesma e determinada pela resistência utilizada no terminal.

Ferramentas:

Régua ou trena: se os cabos utilizados no seu carro é do tipo terminal resistivo, você não precisa da régua.
Multímetro com medição de resistência em kohm (quilo ohm)
Borrifador com água: opcional
Calculadora.

Usando o multímetro, determina-se a resistência de cada cabo.

Faça a medida apenas entre um terminal e o outro.

Medição da resistência no cabo de 28cm: 5,34 kohm

Medição da resistência no cabo de 55cm: 8,98kohm

Importante: faça as medições com os cabos esticados. Dessa forma, é possível dizer se há algum mau contato ou fio partido.

Feitas todas as medições, obtive os valores:

Cabo do cilindro 1: 55cm - 9200 ohm
Cabo do cilindro 2: 49cm - 8040 ohm
Cabo do cilindro 3: 43cm - 7460 ohm
Cabo do cilindro 4: 28cm - 5390 ohm

Em seguida, divida o valor da resistência pelo valor do comprimento (em cm) e multiplique por 100, para encontrar o valor em ohm/m. Dessa forma, temos um valor comparativo entre a resistência dos cabos.

C1: 16727 ohm/m (16,7 kohm/m)
C2: 16408 ohm/m (16,4 kohm/m)
C3: 17348 ohm/m (17,3 kohm/m)
C4: 19250 ohm/m (19,2 kohm/m)

Observa-se que os cabos do cilindro 3 e 4 possuem valores mais altos, mesmo sendo os cabos mais curtos (o que é estranho). Comparando com um jogo de cabos novo (mesma marca e modelo), obtive um comportamento semelhante nas medições, porém cerca de 2kohm/m menor. Ainda assim, segundo manuais de serviço, uma flutuação de até 40% no valor da resistência está dentro da especificação, ainda que eu julgue estupidamente alta essa variação.

Portanto, depois dessas medidas, podemos concluir que não há necessidade de troca dos cabos de vela. O valor da resistência dos cabos é consistente e não há nenhum rompimento no condutor.

Porém uma inspeção visual nos terminais ainda é necessária. Nesse caso, o isolamento do terminal de um dos cabos estava rompido e haviam marcas de "Flash over" naquele terminal (formam-se riscos branco na parte interna do terminal junto à vela). Isso significa que havia formação de arco elétrico entre o cabo e a carcaça do motor, por falha na vela.

Com mais essas dicas, você pode verificar os cabos de vela do seu carro e investigar alguns problemas de falha no motor. Até o próximo Dia de Garagem!


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Auxiliar de partida portátil.

Aparelhos eletrônicos portáteis são cada vez mais comuns no nosso dia a dia e ficar sem bateria é algo que faz parte dessa vida cheia de "gadgets" eletrônicos. Imagine se fosse possível levar energia extra para todos os seus dispositivos portáteis. Já é suficientemente acessível uma bateria extra para o celular e tablet, permitindo que você os carregue onde quer que esteja, sem precisar ficar preso a uma tomada.

Agora imagine uma bateria maior com energia suficiente para alimentar seu notebook por 2 horas adicionais, ou acionar dispositivos 12V como uma geladeira portátil, carregar celulares e tablets e ainda pode utilizá-la como um auxiliar de partidas portátil!

Existem vários modelos no mercado, como o EZCharger, distribuído pela Caska ou o AU606 da Multilaser, ou esse da foto, o FG9570 da FortG, a marca própria da Loja do Mecânico.

Auxiliar de partidas portátil: capaz de dar partida em veículos com a bateria descarregada. Existem diversas marcas e modelos no mercado e prometem ser capazes de fornecer energia para até 20 partidas!

O procedimento de conexão na bateria para dar partida em veículo com a bateria descarregada é bastante simples: conecte o cabo no aparelho, conecte a garra vermelha no polo positivo da bateria e conecte a garra preta diretamente no polo negativo, sem correr perigo, afinal, você só liga o aparelho depois de ter feito as conexões e não corre riscos de explosões na bateria pelas fagulhas. Assim que o carro entrar em funcionamento, desconecte as garras o mais rapidamente possível.

Se é capaz de fornecer energia para 20 partidas, eu ainda não testei, mas foi suficiente para dar partida no meu carro (com a bateria desconectada) sem problemas!

Várias saídas de energia em diferentes voltagens. 19V para Notebooks, 5V USB e 12V para outros aparatos. Bastante funcional!

O FG9570 acompanha uma série de acessórios, entre eles, cabo USB para celulares e tablets, carregador para carro, mini compressor de ar, cabo e conectores para notebooks ou aparelhos 12V, cabo de partida e fonte de parede.

É um aparelho bastante compacto para todas as funções que desempenha. Mas, como era de se esperar, esse compressor não funciona bem. Não foi capaz de calibrar um pneu que estava com 32 psi para as 35 psi necessárias.

Com essa dica e esse aparelho, fica fácil estender a carga da bateria dos seus aparelhos e em uma emergência, dar partida em seu carro. Até o próximo Dia de Garagem!

sábado, 9 de janeiro de 2016

Por dentro dos Filtros de óleo.

IMPORTANTE: Esse artigo foi produzido em Janeiro de 2016. A construção dos filtros aqui apresentados podem diferir ao longo do ano, com melhorias por conta dos fabricantes, bem como variar em relação a outros modelos das marcas citadas.

Gastar pouco é sempre bom. Mas pagar muito barato pode ser uma armadilha. A qualidade do produto pode estar muito aquém da especificação. Sempre que vejo algo muito mais barato, sempre me vem a pergunta: porque tão barato? No entanto o outro lado da moeda também é válido: será que o mais caro é mesmo o melhor? Pois é, tão ruim quanto um produto barato que não atende as necessidades, é pagar caro por algo que não é verdadeiramente bom.

A comparação fica em aberto, para que você mesmo tire suas próprias conclusões.

Seis marcas que foram mais facilmente encontradas no mercado de autopeças. Cinco delas são velhas conhecidas do público e uma delas, totalmente desconhecida.

Para investigar, pelo menos como forma de comparar os produtos, resolvi desmontar os filtros mais comuns do mercado, que foram comprados nas lojas de auto peças de grande público na cidade de São Paulo. É importante salientar que nenhuma fabricante e nenhuma loja forneceu os produtos avaliados. Todos foram comprados em lojas de autopeças, pegando o produto que estava na prateleira, sem nenhum tipo de vício.

Qualquer que seja o resultado dessa análise, meu único propósito é abastecer os leitores com informações, que os levarão a tirar suas próprias conclusões a respeito dos filtros que existem no mercado, levando-os a refletir sobre a compra e o verdadeiro sentido de "Custo-benefício". Não apresentarei nenhuma comparação direta entre os produtos, apenas a comparação com as especificações do produto encomendado pela montadora.
 
Os critérios para a compra:

Escolha do modelo: escolhi o modelo que atende as especificações do meu carro, uma Chevrolet Montana 1.4 EconoFlex. Dessa forma, selecionei o modelo compatível de diferentes marcas e saí às compras.
Todos os filtros mostrados nesse comparativo são filtros de modelos que atendem, ou deveriam atender, as especificações da Chevrolet Montana 1.4L. Não levei em consideração os modelos "Universais". Esse mesmo filtro atende uma diversa gama de veículos, alguns FIAT 1.8L que usaram motor GM e muitos modelos GM de 1.0L a 2.4L.
No entanto, existe uma linha de filtros com maior capacidade, indicada para os motores maiores ou iguais a 1.8L (Mahle OC 504 Plus, Fram PH4722, ACDelco 94632619).

Marcas: foram escolhidas diversas marcas por "recomendação" com base nas indicações de membros de fóruns automotivos diversos, tanto as marcas indicadas como boa referência quanto marcas que deixavam os consumidores incertos do produto.
Critérios de Avaliação:

Grupo de Controle: Para realizar o comparativo a partir de uma referência, fui até uma loja autorizada Chevrolet, para comprar o Filtro de Óleo Genuíno da GM, comercializado pela ACDelco, para o modelo pretendido.

Não confundir com a outra embalagem, indicada por "Peça Genuína GM" vendida pelas concessionárias, também de distribuição da ACDelco, que possui corpo maior, portanto maior capacidade de filtração, indicado para os motores a partir de 1.8L.

O que foi considerado?

Entre as medidas consideradas importantes estão a área de elemento filtrante, perfuração da armação, perfuração da base, a qualidade das borrachas de vedação, a qualidade dos materiais e da construção.

O filtro de óleo:

O filtro de óleo é produzido com um substrato de papel e/ou fibra sintética com micro porosidade que retém partículas grandes de sujeira prejudiciais ao motor do carro, entre elas, borras, poeira e limalha e é composto por:

Válvula Bypass: é um mecanismo de segurança caso o filtro fique saturado e impeça o fluxo do óleo ou caso o óleo esteja muito frio e aumente a pressão no sistema.
Essa válvula é acionada por um diafragma apoiado em uma mola, que se abre quando a pressão do óleo aumenta excessivamente. Isso significa que enquanto a válvula está aberta o óleo fluirá sujo pelo motor.

Mola guia: segura todo o conjunto no lugar. Pode ser uma placa de aço ou uma mola helicoidal.

O óleo flui da periferia, para o centro. Entra pelos orifícios da base, passa pelo elemento filtrante, armação e sai filtrado pelo orifício roscado.

Elemento filtrante: geralmente feito de papel, deve possuir grande área superficial para garantir que o fluxo de óleo não será restringido pelo filtro, resultando no aumento da pressão do óleo no motor. A diminuição do fluxo de óleo também prejudica a lubrificação do motor.

Armação do filtro: a importância da armação é dar suporte para elemento de papel não colapsar, uma vez que o óleo é injetado com pressões entre 2 e 4 atm. É importante que a armação também possua uma boa vazão, para garantir que o fluxo de óleo não seja restringido no filtro, que aumentaria ainda mais a pressão no sistema.

Base: geralmente feita de aço muito mais espesso que o restante do filtro. É através dela que ele ficará preso no suporte de filtro do motor e faz a vedação da carcaça. É extremamente importante que a vedação de todo o corpo seja completamente hermética, para que não haja vazamentos.

Anel de vedação: possui basicamente duas funções, garantir o assentamento correto do filtro e realizar a vedação. É importante que seja fabricado com uma borracha resistente a óleos, como a HNBR (Borracha Nitrílica Hidrogenada). 

Desmontagem:

Para a desmontagem do filtro, foi utilizada uma Dremel com discos de carboneto reforçado com fibra de vidro para cortar a carcaça e um estilete para cortar o filtro de papel.

Os filtros:

Filtros e suas embalagens: a Mahle oferece uma bem vinda proteção extra na embalagem do filtro.

Abaixo estão apresentados os valores de compra de cada filtro e entre parênteses a loja em que foi adquirido. É importante notar que há variações de preço do mesmo produto entre diferentes lojas.

Tecfil - PSL619 - R$ 14,90 (Autozone)
Fram - PH4701 - R$ 17,90 (Autozone)
Mann - W712/22 - R$ 19,90 (Mercadocar)
ACDelco - 88905845 - R$ 9,97 (Aciolly)
Mahle - OC 90 - R$ 15,00 (Josecar)
Solo - SL312001 - R$ 17,90 (Mercadocar)
Wega - WO 130 - R$ 9,50 (Koga Koga)

Comparando o CNPJ dos fabricantes, observa-se que o filtro ACDelco é fabricado pela Tecfil. Será que são idênticos?

Filtro ACDelco:

Primeiro passo: corte da carcaça. Ao longo dos cortes, o disco foi consumido. A abertura do último filtro, Tecfil, foi feito com serra manual.

Filtro desmontado: da esquerda para direita, carcaça, mola guia, corpo do elemento filtrante, vedação do corpo, base e vedação da carcaça.

Abertura do elemento: 43mm. Deixa a desejar na qualidade de construção.

Armação do filtro: o elemento foi cortado filtro na base. Difícil dizer se essas aberturas são o suficiente.

Medição do comprimento do elemento filtrante.

Comprimento total: 1,95m

Abertura do elemento filtrante: 43mm
Comprimento do elemento filtrante: 1950mm
Área filtrante: 0,083 m²
Fechamento: Colado e prensado
Vedação do elemento: Sim
Válvula Bypass: não
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 3,5mm
Diâmetro interno da vedação: 63mm
Material da vedação: HNBR

Com essas informações na mão, comecei a desmontar os demais filtros, realizando todos os passos.

Filtro SOLO SL312001:

Materiais de qualidade mediana, principalmente os anéis de vedação. O menor é feito de material resinado e o maior de borracha comum, mas construção é boa: o filtro de papel está bem particionado.

Abertura do elemento filtrante: 35mm
Comprimento do elemento filtrante: 1350mm
Área filtrante: 0,047m²
Fechamento: Colado
Vedação do elemento: Sim
Válvula bypass: não
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 4,0mm
Diâmetro interno da vedação: 62mm
Material da vedação: NR Vulcanizada

Medidas muito aquém dos valores encontrados no produto de referência. A pouca área de material filtrante pode restringir excessivamente a passagem do óleo, prejudicando a lubrificação do motor nos momentos mais críticos como altas rotações e partida a frio. Ponto positivo para as aberturas na armação.

Filtro Fram PH4701

Bons materiais, peca pela falta de uma vedação interna, entre o corpo do filtro e a base.

Abertura do elemento filtrante: 45mm
Comprimento do elemento filtrante: 1860mm
Área filtrante: 0,083m²
Fechamento: Cola e lacre metálico
Vedação do elemento: não.
Válvula bypass: não
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 4,0mm
Diâmetro interno da vedação: 62mm
Material da vedação: HNBR
Possui boas dimensões e boa perfuração da armação, porém deixa a desejar na construção do corpo do filtro. Há sobreposição das aletas, que compromete a eficiência do filtro.

Acidente de percurso: durante a remoção do filtro de papel, os rasgos eram inevitáveis.

Filtro Mahle OC 90

Bons materiais e construção simples. Possui anel de vedação entre o corpo e a base de borracha nitrílica.

Abertura do elemento filtrante: 45mm
Comprimento do elemento filtrante: 1830mm
Área filtrante: 0,082m²
Fechamento: Cola e lacre metálico
Vedação do elemento: sim
Válvula bypass: não
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 4,0mm
Diâmetro interno da vedação: 61mm
Material da Vedação: HNBR

Boas dimensões, armação bem vazada e construção de boa qualidade.

Filtro MANN W712/22

Bons materiais e construção simples. O curioso é que diferentemente dos demais, a base não é soldada na carcaça, mas presa por pequenas linguetas. Note que o filtro arqueado aumenta a área superficial

Abertura do elemento filtrante: 45mm
Comprimento do elemento filtrante: 1940mm
Área filtrante: >0,087m² (filtro arqueado)
Fechamento: cola e lacre metálico
Vedação do elemento: sim
Válvula bypass: não
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 4,0mm
Diâmetro interno da vedação: 62mm
Material da Vedação: HNBR

Ótima construção do filtro, porém há duvidas se a armação possui furos suficientes que garantem a melhor vazão.

Filtro Tecfil PSL619

Bons materiais, e construção um pouco melhor que o modelo fornecido para a ACDelco. As aletas do filtro estão mais bem particionadas. O corte feito com arco de serra deixou a carcaça em péssimas condições.

Abertura do elemento filtrante: 43mm
Comprimento do elemento filtrante: 1660mm
Área Filtrante: 0,071m²
Fechamento: Colado e prensado.
Vedação do elemento: sim.
Válvula bypass: não
Rosca M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 3,5mm
Diâmetro interno da vedação: 63mm
Material da Vedação: HNBR

Observe que esse filtro possui 30 cm menos de papel que o fornecido para a ACDelco. Resta saber se essa diferença é uma mera extrapolação da especificação da GM ou se a economia da Tecfil tem algum impacto negativo. Lembrando que esse filtro é utilizado desde motores 1.0 até motores 2.4.

Adicionado em 23/01/2016:
Filtro Wega WO-130.

Wega: distribuidora Argentina de filtros, fabricados na China.

Surpresa agradável na desmontagem: esse filtro possui além da válvula bypass e uma vedação anti retorno.

Vedação anti retorno: mantém o filtro cheio de óleo que torna a lubrificação mais eficiente no momento da partida a frio. Nota-se a semelhança da base com o filtro Mann, exceto pela base ser soldada.

Válvula bypass, instalada no corpo do filtro.

Construção razoável: a cola que segura o elemento filtrante é fraca e a partição do elemento é muito irregular, sendo visivelmente mais densa de um lado do filtro.

Abertura do elemento filtrante: 49mm
Comprimento do elemento filtrante: 1430mm
Área filtrante: 0,070m2
Fechamento: cola e lacre metálico
Vedação do elemento: sim, com anti retorno de silicone.
Válvula Bypass: sim.
Rosca: M18, passo 1,5mm
Altura da vedação: 2,0mm
Espessura da vedação: 4,0mm
Diâmetro interno da vedação: 61mm
Material da vedação: NBR

A partir de todas essas informações, espero que o leitor tenha o suficiente para tirar suas próprias conclusões, correlacionando a forma como o filtro de óleo trabalha, as adversidades do sistema e as características de cada filtro apresentado. Caso possua um veículo Chevrolet com litragem igual ou superior à 1.8L recomendo filtros com maior capacidade. (Mahle OC 504 Plus, Fram PH4722, ACDelco 94632619)

Até o próximo Dia de Garagem.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

3 passos para conservar pintura e/ou polimento.

Depois de ter gastado um bom dinheiro com polimento da pintura do carro, nada mais justo do que cuidar bem para prolongar a vida do polimento. Pois é, não só para os veículos recém polidos, mas também para os veículos novos. Quais procedimentos tomar quando o assunto é cuidar da pintura?

A propósito: a menos que você tenha comprado um Rolls Royce, aquela história de que "Veículo novo não precisa de polimento" é mentira. Veículos novos estão, infelizmente, cada vez mais, saindo com defeitos de pintura do tipo "Casca de Laranja", que geralmente denuncia a falta verniz sobre a camada de tinta. Nesse caso, não é necessária uma rotina de polimento completa (corte, refino e lustro), mas uma generosa etapa de lustro da pintura será suficiente para amenizar esse defeito de fabricação.

1. Lavar com cuidado: o primeiro passo é utilizar um método correto de lavagem. Fuja dos Lava Rápidos ou a pintura do seu carro será destruída lavagem após lavagem, até que ela fique sem brilho e seja necessário um novo polimento. Para isso, utilize a técnica dos dois baldes para uma limpeza imaculada da pintura. Realize a lavagem utilizando shampoo automotivo neutro.

2. Proteger: é um dos pontos essenciais da conservação. Existem proteções do tipo vitrificação e também com selante. No caso de vitrificação a proteção resiste por pelo menos 1 ano sem necessidade de reaplicação ou produto extra, enquanto o selante será eficiente por no máximo 6 meses e para maior eficiência deve-se reaplicar uma nova camada a cada 2 meses. Se utilizar cera de Carnaúba, a reaplicação deverá ser mensal.

3. Manutenção: seiva de árvore, cocô de passarinho e qualquer outra sujeira orgânica deve ser removida da superfície assim que possível. Para a remoção, utilize algum produto de manutenção de pintura (Quick Detailer), ou algum produto de lavagem a seco. Outro ponto importante: mantenha o carro em locais abrigados de intempéries (sol, chuva, ventania).

Com esses cuidados, a pintura se manterá muito mais bonita, por tantos meses quanto forem dedicados à conservação. Então, mãos na massa e até o próximo Dia de Garagem!

sábado, 2 de janeiro de 2016

Lavagem com 2 baldes: um resumo.

Vou enxugar toda a informação que foi passada no o artigo original sobre a técnica dos dois baldes, para que tenhamos um material prático, sem a necessidade de explicar com tantos detalhes cada passo apresentado. Acesse aqui a versão completa.

Nesse artigo não abordarei o uso do terceiro balde, para limpeza das rodas. Vou tratar a lavagem das rodas como uma rotina da lavagem na técnica dos dois baldes.  


As ferramentas:

1. Luva de lã ou de "minhoquinha" de microfibra (Chenille): utilize sempre uma luva bem macia e volumosa.
2. Shampoo automotivo com pH neutro: muitíssimo importante para não remover a camada de cera ou selante da superfície.
3. Balde de enxágue (10 a 20L): nesse balde a intenção é enxaguar as ferramentas de limpeza e remover as partículas de sujeira antes de mergulhar novamente no balde de shampoo
4. Balde de shampoo (10 a 20L): use um balde de água limpa misturada com o shampoo, para servir de fonte de solução limpa para a lavagem. Não coloque a luva suja nesse balde ou você carregará muitas partículas para a lataria e fatalmente vai riscar a pintura.
5. Água corrente: use uma mangueira de jardim, ou se usar uma lavadora de alta pressão tome o cuidado de manter uma distância mínima de 50cm da lataria. A pressão alta e o jato fino é muito agressivo para a pintura além do mais, se houver alguma pedrinha na superfície, ao ser removida pela água pressurizada, vai riscar a pintura, então, não utilize a lavadora para realizar o primeiro enxágue.
6. Panos para secagem: secar o carro é fundamental para evitar manchas, mesmo que seu shampoo prometa que é possível dispensar a secagem.
7. Cera ou selante: protege a pintura e facilita a remoção de sujeira na próxima lavagem. Deve ser aplicado 1x por mês, por mais que a embalagem prometa mais tempo de proteção. Veja mais sobre ceras e selantes nesse artigo completo ou nesse outro resumido.

Preparação:

Faça a limpeza do interior, pelo menos aspiração e remoção de sujeiras grandes, como tíquetes de estacionamento e folhas.

Encha os dois baldes com 10L de água e prepare a solução de sabão com a concentração recomendada na embalagem. Não é necessário utilizar mais shampoo do que a quantidade indicada.

Mergulhe a luva de lavagem no balde de shampoo e deixe de molho enquanto você faz a inspeção das sujeiras.

Observe a natureza e quantidade de sujeira: óleo, areia, terra, piche, pequenos galhos, enfim, avaliar se ela tem potencial de riscar ou não a pintura, se ela vai sair no enxágue, com o uso do shampoo ou precisa de um tratamento isolado.
Aproveite e veja se há necessidade de lavar o motor. Se houverem muitas manchas de vazamento de óleo, verifique a necessidade de reparar o vazamento antes de lavar.

Pré enxague: Faça o pré enxágue preferencialmente usando uma mangueira comum. Não use a lavadora a pressão nessa etapa, ou você correrá o risco de arranhar a pintura.

A lavagem da carroceria:

Divida o carro em parte superior, acima da linha do para lama e inferior, abaixo dela. Nessa etapa, todo enxágue pode ser feito com lavadora à pressão.

Dica de lavagem: nunca aplique força sobre a pintura. O peso natural da mão apoiada sobre a superfície é mais que o suficiente. A função do shampoo é amolecer a sujeira, para evitar a necessidade de esfregar o carro com força.


Comece pelas partes mais altas até chegar na linha do para lama:
1. metade longitudinal do teto.
2. vidros laterais e colunas das portas
enxágue o carro e a luva
3. para brisa e capô.
4. para lamas.
enxágue o carro e a luva
5. portas, entre a janela e a linha do para lama
6. vidro traseiro e tampa do porta malas
enxágue o carro e a luva

Terminada a parte superior, siga para a parte inferior, tomando o cuidado com as partículas mais grossas de sujeiras, que exigem descontaminações mais frequentes da luva no balde de enxágue.

7. Para choques e parte baixa do para lama
enxágue o carro e a luva
8. Parte baixa das portas.
enxágue o carro e a luva

Siga para as rodas, fazendo um enxágue generoso das caixas de rodas.
Faça a lavagem primeiro das quatro rodas e pneus e depois das caixas de rodas. 

Terminada a lavagem faça a secagem do carro com o uso de toalhas de microfibra e se preferir, aplique um produto tipo Quick Detailer para lubrificar a superfície e preparar a superfície para o enceramento.

Limpe e seque bem todas as ferramentas utilizadas na lavagem e mantenha em algum local protegido.

Espero que não tenha deixado tão sucinto que fiquem muitas dúvidas. Nesse caso, acesse o artigo completo, que lá explico detalhadamente cada passo. Boa Lavagem e até o próximo Dia de Garagem!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Conservar as palhetas do limpador de para brisa.

É terrível quando acionamos o limpador de para brisa e ele começa a ranger como se estivessem estrangulando um porco, ou aparecem tantos rastros no para brisa que era melhor ter deixado desligado. Na maioria das vezes é culpa da borracha ressecada e existem alguns truques para ajudar a preservar as palhetas e prolongar a vida útil.

O ressecamento da borracha pode ocorrer por vários mecanismos, entre eles a migração dos aditivos da borracha, contaminação por óleo e hidrocarbonetos presentes na "atmosfera da rua", oxidação ou ozonização da superfície, que provocam ressecamento e trincas na borracha, principalmente quando estão submetidas a tensão. Uma vez danificada, a palheta deve ser trocada.

Os principais sintomas de uma palheta ruim são observáveis no momento da varredura do para brisa.
*Falha na limpeza: sobram regiões com lâmina de água. 
Requer troca: se a borracha possui rasgos que diminuem a pressão da borracha contra o vidro.
Tente recuperar: a borracha pode estar apenas deformada. Limpe a borracha e deixe a afastada do para brisa por algumas horas.
*Trepidação: há ruídos fortes durante a passagem do limpador.
Requer troca: borracha excessivamente dura, em estágio avançado de ressecamento.
*Riscos de água: sobram riscos de água nas varreduras do limpador.
Requer troca: A borracha pode ter rachado na interface com o vidro: nesse caso o risco permanece após os dois movimentos do limpador.
Tente recuperar: A borracha pode estar ressecada e no início de uma trinca: nesse caso o risco se forma apenas durante um dos movimentos
*Névoa: há sobra lâmina de água na passagem do limpador
Requer troca se a borracha estiver excessivamente dura.
Pode ser contaminação do vidro com óleos: lave o vidro com detergente ou com o aditivo de limpador de para brisa.

Obs: falha na limpeza também pode ocorrer devido a riscos no para brisa. Verifique o estado da superfície antes de condenar as palhetas.

Tentando recuperar as palhetas:

Esse procedimento não é 100% garantido, mas não envolve nenhum material impossível de encontrar. Então, por que não tentar antes de gastar com palhetas novas? Se a limpeza não for suficiente para deixar os limpadores em uma condição segura de visibilidade, eles deverão ser trocados!

Limpar com um pedaço de papel absorvente e álcool etílico (70%) ajuda na manutenção das palhetas. Limpe com álcool apenas se as palhetas já apresentarem ressecamento. Caso contrário, utilize apenas uma esponja macia e detergente neutro.
No entanto, antes de descartar completamente a palheta, tente limpar as borrachas com um papel toalha embebido em álcool etílico (ou isopropílico) para retirar a camada oxidada de borracha. Depois de limpas, teste-as para ter certeza se a limpeza foi eficiente ou se é preciso trocá-las.

Pode sair muita, muita sujeira. Na verdade, essa sujeira preta é a borracha oxidada. Quando essa camada fica grossa o suficiente, o efeito da palheta fica comprometido.

(Outras) Dicas de conservação:

Toda vez que for deixar o carro por um período longo sem ser utilizado (mais de 2 dias) deixe as palhetas levantadas, assim, elas não ficam sob tensão em contato com o vidro e diminui a chance de formação de trincas na borracha e não deixe sob o sol. Antes de abaixar novamente as palhetas, limpe a poeira com um papel toalha umedecido com água.

Uma vez por semana, ou pelo menos a cada 15 dias, limpe as palhetas utilizando toalha de papel e água com detergente neutro, ou preferencialmente aquele aditivo do lavador de para brisas, principalmente se o intervalo de lavagem do carro for maior que esse período.
Evite usar álcool etílico ou isopropílico em palhetas novas, pois podem ser agressivos para a borracha.

O uso de aditivo para limpador de para brisa no reservatório é muito bem vindo, uma vez que a borracha das palhetas é sensível a hidrocarbonetos, óleos e graxas. O aditivo de limpador de para brisas remove essas contaminações e ajuda a lubrificar a interface vidro/palheta. Acione o lavador do parabrisa 1 vez por dia.
Evite detergente de cozinha no reservatório pois a formação de espuma acentuada pode prejudicar a visibilidade.

Faça a limpeza das palhetas e teste-as. Em muitos casos é possível dar uma sobrevida a elas e isso vai te ajudar a economizar algum dinheiro! Até o próximo Dia de Garagem.