sábado, 28 de novembro de 2015

Trocar e checar os filtros!

Manter os filtros limpos é muito importante, afinal um filtro sujo significa perda de rendimento. Adiar demasiadamente a troca de filtros de um carro, pode levar a redução de potência e ao desgaste excessivo de bombas, e a redução na potência do veículo é perceptível.

Os filtros que trabalham com líquidos (combustível e óleo) não devem ser lavados ou reaproveitados e o motivo é simples: as partículas que se acumulam nesses filtros é acompanhada de frações pesadas de derivados de petróleo (a famosa goma), que juntos formam uma incrustação bem difícil de remover.

Apesar da maioria das fotos trazerem a marca Tecfil, não fui patrocinado pela marca, apenas a prestigio pela qualidade, preço e pelas certificações ISO 16949 (Norma de cadeia de suprimento em autopeças), ISO 9001 (Padronização de produto), OHSAS 18001 (Norma de saúde e segurança ocupacional) e ISO 14001 (Desempenho ambiental). Ainda assim qualquer uma das marcas tradicionais no mercado brasileiro, como Mann Filters, Fram, Mahle, são boas.

1. Filtro de Ar:

Ferramentas necessárias: 
Chave de fenda e/ou philips: para remover as abraçadeiras e a tampa.
A operação não envolve riscos, mas sinta-se a vontade para usar EPI's.

O filtro de ar é responsável por reter as partículas de sujeira presentes no ar. Para quem circula apenas em cidades, o filtro demora bastante tempo para atingir um grau de sujeira que justifique a troca. Para quem pega muita estrada de terra, verificar a limpeza dos filtros deve ser feita com maior frequência, a cada 5 mil km, principalmente para limpar o elemento filtrante.
O manual do proprietário do veículo recomenda que a troca seja feita nas revisões a cada 10 mil km. Não é um intervalo ruim, mas dá para aumentar a vida útil do filtro.

Deve-se observar que a troca do filtro depende muito do material que é feito. Filtros de papel duram menos que os filtros de algodão, mas não têm tendência de soltar fibras. Fato é: os filtros de ar têm uma vida útil maior do que aquela recomendada pelo fabricante. Muito maior.

10 000 km depois: o filtro está sujo, mas não a ponto de necessitar troca. Fiz a troca apenas para poder levar o filtro sujo até um posto de gasolina e limpá-lo com ar comprimido.

Uma prática bastante comum é limpar com ar comprimido, mas para fazer isso, deve-se ter o cuidado de bater a sujeira (veja no parágrafo seguinte o procedimento) e em seguida aplicar o ar primeiro no sentido contrário ao do fluxo de ar no veículo e depois no lado das lâminas. Quando as lâminas estiverem muito sujas e a limpeza com ar comprimido não surtir tanto efeito, o elemento deve ser trocado.
Se não tiver acesso a ar comprimido: gentilmente, para não amassar nenhuma lâmina, quebrar a moldura ou descolar a vedação, bata o lado mais sujo do filtro de ar em uma superfície dura, livre de poeiras e plana (vulgo chão). Não é tão eficiente quanto limpar com ar comprimido, mas remove boa parte da sujeira aderida. (Não esquece de dar uma varrida depois)

Remova o tubo que conecta a caixa do filtro ao TBI.

Remova a tampa do corpo da caixa de ar.

Eis o filtro: a coloração escura do elemento filtrante indica que a limpeza do filtro é necessária.

As lâminas do filtro estão bastante contaminadas e necessitam de uma boa limpeza. Um forte jato de ar comprimido será o suficiente para limpar esse filtro e rodar mais alguns milhares de quilômetros. Se houver locais em que a sujeira está "empedrada" por umidade, a troca do filtro é obrigatória.

Limpe com um aspirador de pó a parte de baixo da caixa de ar. Assim, o filtro novo não é contaminado com essa sujeira.

Filtro de ar novo.

Coloque o filtro no local, onde deve ficar perfeitamente encaixado. Caso ele não encaixe corretamente, o filtro pode estar errado ou pode ter sido colocado do lado errado.

Observações:
*Não molhe ou lave com água ou qualquer solvente os filtros de papel ou algodão!
*O filtro estará completamente condenado quando o lado de saída do fluxo de ar, estiver contaminado com partículas.

Andar com filtro de ar muito sujo: diminui a vazão máxima de ar, que deixa a mistura ar/combustível mais rica e fatalmente haverá aumento na deposição de carbono nos cilindros. O principal sintoma é a perda de potência e redução na aceleração, que prejudica as retomadas na estrada. Quanto ao consumo do veículo este não é afetado.

Filtro de ar rompido: deixa passar grandes quantidades de poeira, que são muito prejudiciais para a camisa dos pistões.

Quantos quilômetros pode-se rodar com o filtro de ar? A recomendação do fabricante é a cada 10mil km. No entanto, para um mesmo modelo de veículo, comercializado em outro país, esse intervalo pode chegar a 20mil milhas (32 mil km). Trabalhando com um fator para diferença de estilo de rodagem, fazendo a limpeza do filtro a cada 5 mil km, um filtro desses pode atingir de 25 mil km.

2. Filtro de óleo:

Trocar o filtro de óleo em casa, não é um procedimento comum, pelo menos no Brasil. Mas existem algumas pessoas que têm interesse em fazer em casa. Diga-se de passagem, o procedimento é bastante simples. *Como eu costumo levar o carro até um posto de gasolina para trocar o óleo, não haverá um passo a passo fotográfico.

Filtro de óleo típico de carros, com corpo inviolável. Alguns modelos de carros estão substituindo os filtros selados por filtros embutidos em que há necessidade apenas da troca do elemento filtrante.

Um pouco mais crítico que o filtro de ar, o filtro de óleo merece uma atenção maior no período de troca. Há um maior volume de contaminantes possíveis que torna a integridade do filtro de óleo indispensável, como poeira vinda do respiro do motor, limalha de metal, goma de óleo, fuligem e etc. Os 10 mil km indicados pelos fabricantes é um ótimo período para a troca do filtro e não há nenhuma receita mágica que eu recomendaria para limpar o filtro e rodar mais um pouco com ele.
A troca do filtro é feita apenas durante a troca de óleo.

Ferramentas necessárias:
Chave de remoção de filtro de óleo.
Chave de remoção do parafuso de drenagem do cárter
Retentor do parafuso do Cárter.
Bandeja para recolhimento de óleo.
Vasilhame para transporte do óleo velho. (que pode ser a garrafa que veio o óleo novo)
Funil.
Óculos de proteção.
Luva de raspa.
Óleo novo: Verifique no manual a quantidade de óleo necessária, com troca do filtro

1. Abra a tampa superior do óleo.
2. Levante a frente do veículo com um macaco e apoie sobre cavaletes.
3. Posicione a bandeja embaixo do cárter do veículo.
4. Solte o parafuso de drenagem do cárter e espere o óleo drenar.
5. Remova o filtro de óleo com a chave para o filtro e escorra o óleo de dentro do filtro.
6. Aperte o parafuso de drenagem do cárter.
7. Aplique uma pequena quantidade de óleo em toda a vedação de borracha do filtro.
8. Instale o filtro novo observando o torque máximo (até 3/4 de volta quando o anel de vedação encostar no assento).
9. Adicione o óleo ao motor, com ajuda do funil.
10. Feche a tampa superior do óleo.
 10.1. Verifique se não há ferramentas apoiadas sobre o motor ou proximidades.
11. Ligue o motor e verifique se a lâmpada de baixa pressão do óleo apaga.
12. Com o motor ligado, verifique se não há vazamento de óleo pelo filtro ou pelo parafuso de drenagem. Apenas visualmente! Nunca se aproxime do motor ligado.

3. Filtro de cabine:

O filtro anti pólen do ar condicionado é o segundo mais esquecido. Em geral as pessoas só lembram de trocar ele quando começam a sentir o cheiros estranhos no sistema de ventilação. Aquele cheiro de umidade do ar condicionado também se agrava quando o filtro de cabine está muito sujo, porque com um fluxo de ar deficiente, no trocador de calor do ar condicionado congela umidade sobre a serpentina com mais facilidade e não deixa a água drenar corretamente. Quando desliga o carro, fica  água empoçada nos dutos de ar, que causa o mau cheiro.

Filtro de ar de cabine, mais fino que o filtro de ar do motor e feito de fibra sintética, é um filtro longevo, mas exige cuidados.


Limpar com ar comprimido nesse tipo filtro também é possível, mas filtros muito velhos, começam a acumular muita matéria orgânica, ótima para fungos e ácaros e fatalmente vão despertar algumas alergias.

A instalação é bastante simples e muitas vezes dispensa ferramentas. Localize o compartimento do filtro e substitua, simples assim! A localização do filtro varia em cada carro e pode estar na região do porta luvas ou sob o capô (geralmente sob a grade do para brisa). Você pode consultar a posição do filtro de cabine no catálogo da fabricante do filtro ou no Manual do Proprietário.

4. Filtro de combustível:

O mais esquecido dos filtros, o filtro de combustível tem muita importância. Apesar da gasolina/álcool parecer um combustível límpido, existem partículas em suspensão, que precisam ser removidas, ou os bicos injetores poderão entupir. Não se compara a quantidade de porcaria que pode se formar no óleo do motor, mas depois de rodar lá seus 20 mil km, algum deposito de sujeira pode surgir e ainda assim não é suficiente para comprometer o funcionamento do motor. Então, sem nenhum problema aparente, chegamos a 30 mil, 40 mil km sem nenhum sintoma, até que em um determinado momento, o motor começa a dar sinais de filtro sujo: começa a perder força em subidas e a dar "socos" quando solta o acelerador, aí está mais do que na hora de trocar o filtro!

Ferramentas necessárias:
As ferramentas para a troca do filtro, depende da localização e o tipo de filtro.

Filtro de combustível com corpo de metal e tubulação rosqueada, necessita de chave hexagonal para remover os terminais.

Filtro de combustível com corpo de plástico e conexão via engate rápido, necessita de alicate de remoção do engate rápido.

Deixar de dar uma olhada no filtro de combustível, pode não parecer tão grave, mas quanto menor for o fluxo de combustível através do elemento filtrante, mais pressão é requerida pela bomba de combustível e, trabalhando em sobrecarga, ela poderá queimar.

Localize o filtro de combustível: geralmente fica nos arredores do tanque. Em alguns carros, esse filtro está junto da bomba de combustível, dentro do tanque. Despressurize a linha de combustível, deixando o carro parado por algumas horas, ou faça a despressurização "forçada": remova o relê ou fusível da bomba de combustível enquanto o motor estiver em funcionamento e espere o motor apagar.

Solte os grampos que prendem o filtro à tubulação de combustível. Utilize a ferramenta específica para esse trabalho (alicate para engate rápido)

Filtro completamente removido. Retire as presilhas velhas, caso elas fiquem presas no terminal e instale as novas. Há dois jeitos de instalar: ou você insere as presilhas novas nos terminais e encaixa o filtro ou você trava as presilhas no filtro e encaixa tudo junto no terminal. Particularmente acho o primeiro procedimento mais fácil.

Verifique a direção do fluxo de combustível antes de instalar o filtro novo. No corpo do filtro há uma seta indicativa da direção.

Encaixe o filtro de combustível e certifique-se que o encaixe foi travado. Respeite a indicação de direção do fluxo.

Filtro de combustível desmontado: note que não há muita partícula nesse filtro, trocado aos 15 mil km. O nível de sujeira no combustível dependerá do posto em que o veículo é abastecido e as condições do tanque de combustível. (as partículas mais grossas são cavacos da carcaça).

Com esse artigo, espero que vocês tenham um bom material, pelo menos para começar a refletir sobre a durabilidade dos filtros do veículo e façam um ótimo dia de troca de filtros! Até o próximo Dia de Garagem.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Troca de lâmpadas

Trocar lâmpadas do carro é uma tarefa bastante simples. Mesmo assim, alguns profissionais cobram valores altíssimos para realizá-la, que em alguns casos chega a custar 15x mais que a lâmpada. A JOCAR chegou a pedir R$31,50 para trocar cada lâmpada que custava R$2,50. Simplesmente absurdo.
Pior que andar com lâmpadas queimadas dá multa!

Art. 230 - Conduzir o veículo:
XXII: com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas.
Infração: Média
Penalidade: Multa

Já parou para pensar: um carro possui pelo menos 13 lâmpadas, sem contar as do painel.

Para clientes de uma certa companhia de seguros, a lâmpada e a troca são gratuitas e só precisa levar o veículo segurado até o Centro Automotivo deles, o que é uma verdadeira maravilha.

Mas, como trocar as lâmpadas é algo que você pode fazer em casa, por que eu não faria um tutorial sobre isso, já que esse blog é todo voltado para aqueles que gostam da arte de se virar para fazer as coisas por conta? Então, vamos falar tudo sobre as lâmpadas e como trocá-las.

Conteúdo: 
1. Conhecendo as lâmpadas
2. Qual lâmpada comprar?
3. Testando as lâmpadas
4. Trocando as lâmpadas
5. Curiosidades 

1. Conhecendo as lâmpadas:

Para se virar bem, nada mais justo do que saber como comprar e identificar as lâmpadas. Para saber quais lâmpadas seu carro precisa, dê uma checada no manual de instruções. Se não encontrar nada por lá, você pode desmontar a lâmpada do farol, mas em geral a loja sabe qual lâmpada seu carro utiliza.

Para quem projeta, normatização é um pesadelo a ser seguido. Cada detalhe conta. Mas é uma verdadeira maravilha para quem vai mexer: conectores certos para cada encaixe e encaixes sem erro, sem segredos. Só há um inconveniente: na hora de comprar a maldita da lâmpada, já que existem diversos tipos de bases diferentes.

Lâmpada H1, H7 e H4: H1 e H7 possuem apenas 1 filamento, enquanto a H4 possui dois, um para farol e outro para farol alto, na mesma lâmpada. Observe a diferença nos encaixes.

2. Qual lâmpada comprar?

Existem diversos modelos diferentes de lâmpadas no mercado. Para saber qual lâmpada seu carro utiliza, você pode tentar procurar informações na internet, perguntar em uma loja, mas para ter certeza mesmo, vá até o carro ver.

Só para os faróis as lâmpadas mais comuns são H1, H7 e H4 (da esquerda para a direita) cada uma com uma característica peculiar: A lâmpada H1 possui apenas um terminal elétrico na base, a H7 possui 2 e a H4 possui 3 terminais.

A forma mais indicada de descobrir o modelo da lâmpada: pela leitura das informações que contém na base metálica.

Em Faróis de milha, é comum a utilização de lâmpadas H9, H11 ou HB4, que possuem base plástica com anel de vedação.

Lâmpadas com base de vidro (W21/5W, W5W etc..): da esquerda para direita: 2 polos 21/5W, 15W 1 polo, 5W e 1,2W. Popularmente são chamadas de lâmpadas "Pingo"

Lâmpadas com base de metal (P21W, PY21W, etc...): da esquerda para a direita: 2 polos (note os pinos guia desalinhados), 1 polo e 1 polo para seta.

Lâmpadas Torpedo (Festoon C5W): geralmente usadas na iluminação de placa e interna.

Essas denominações, dizem respeito não só ao tipo de soquete, mas à todas as características de funcionamento da lâmpada (diâmetro do bulbo, altura total da lâmpada, potência, etc...). A nomenclatura do soquete é uma série de letras e números.

Detalhe interno de uma lâmpada H4 (filamento do farol queimado). O Filamento intacto é do farol alto.

Em lâmpadas que possuem dois polos, como a H4, W21/5W, PZ21/5W, o valor da potência da lâmpada vem no formato 60/55W ou 21/5W. Ou seja, um filamento tem potência de 60W enquanto o outro tem 55W, na lâmpada H4 60/55, ou 21W e 5W na PZ21/5W. 

Soquete das lâmpadas com base metálica 1 polo: observe os pinos guia, diametralmente oposto na lâmpada à esquerda e deslocados na lâmpada à direita. Dessa forma você não consegue instalar a lâmpada de seta no freio e vice e versa.

Diferença de base entre os contatos na lâmpada 1 polo (à esquerda) e 2 polos (à direita). Diferença no encaixe: na lâmpada dois polos os pinos são desalinhados: um mais perto do bulbo e outro mais perto do contato.

Encaixe das Lâmpadas "H", H1 à esquerda e H4 à direita. A lâmpada fica corretamente posicionada no farol, devido a esses cortes e linguetas, que têm uma posição estabelecida no farol.

3. Testando as lâmpadas:

Verificar as lâmpadas periodicamente é uma boa prática. Alguns carros possuem sistema que te avisa caso haja alguma lâmpada queimada, mas, se não for seu caso, peça ajuda a um amigo para te ajudar a verificar as lâmpadas, principalmente as traseiras.

Basicamente o que você precisa é acender as lâmpadas e verificar o funcionamento. Só tome o cuidado de deixar o carro ligado no "pós chave" (aquela posição em que o motor está desligado, mas todos os acessórios elétricos funcionam), pois algumas lâmpadas não funcionam com o carro totalmente desligado (como os faróis de milha e luz de ré).
*Para acionar a luz de ré, basta engatar a marcha a ré.
*Para testar a seta, ligue o pisca alerta. (Quando se aciona a seta e o relê liga e desliga mais rapidamente que o normal, é também um indício de que há lâmpada queimada).
*Alguns Break Light possuem várias lâmpadas. Peça para seu amigo dizer quais delas estão queimadas ou tire uma foto com o celular.

Um break light BEM chato de trocar: Montana. São nada menos que 10 lâmpadas (pinguinho 1,2W) em um local entre o Santo Antônio e o rack do teto. Além do mais, as lâmpadas são muito pequenas e muito ruim de colocá-las. Não bastasse essa posição horrível do Break Light, o acesso às lâmpadas das lanternas traseiras, requer a remoção do protetor de caçamba... Muito bem pensado... Chevrolet...

4. Trocando as lâmpadas:

Infelizmente não existe uma receita universal para te ensinar a acessar as lâmpadas. "Cada carro é um caso", então, para todos os procedimentos, você deve procurar no manual do proprietário qual a forma correta de acessar as lâmpadas no seu carro. A partir daí as coisas são muito mais simples.

Vou fazer um apanhado geral, de acordo com o que eu tenho de exemplo, e que são as formas mais comuns de prender a lanterna na carcaça.
Alguns manuais e tutoriais recomendam desligar a bateria antes de realizar o procedimento de troca de lâmpadas. Em geral eu apenas me certifico que o circuito não está ligado. Para saber mais sobre como desligar a bateria corretamente veja o tópico "Desligando a bateria" deste artigo.

Traseira: quando não há tampa de acesso dentro do porta-malas é necessário remover a lanterna, que pode estar presa por parafusos sextavados (de 8 a 10mm) e requer uma chave tipo canhão ou soquete, por parafusos tipo Torx (tamanho entre 10 e 25), por parafusos tipo philips (PH1 ou PH2) ou por porcas plásticas (que podem ser removidas sem ferramentas).

Parafuso que prende a carcaça da lanterna traseira: é necessário remover o parafuso preto (e existe mais um parafuso desses mais abaixo, que não está na foto). Isso libera a capa da lanterna e expõe o circuito.

Lanterna com tampão de acesso: a tampa é presa através de parafusos que podem ser removidos sem auxílio de ferramentas.

Soquetes de lâmpadas, preso à carcaça por meio de encaixe 1/4 de volta.

Lâmpadas: Freio e luz de posição (soquete marrom, bipolo) e seta soquete branco (pois é, a lâmpada é transparente, pois a lente da seta tem uma cápsula alaranjada).

Quando há tampa de acesso, as lâmpadas ficam presas à carcaça do farol por meio de cachimbo individual (soquete), que geralmente é removido girando 1/4 de volta no sentido anti-horário ou  ficam presas em uma "placa" fixada na carcaça do farol por meio de lingueta.

Retirando e colocando lâmpadas com base de vidro: para retirar a lâmpada, segure o soquete com uma mão e a lâmpada com a outra e separe. Para colocar a lâmpada nova, basta empurrar toda a base da lâmpada para dentro do soquete.

Retirando e colocando lâmpadas com base metálica: para removê-la, pressione levemente a lâmpada contra o soquete, gire no sentido anti horário e retire a lâmpada. Para colocar a nova, observe a posição dos pinos guia, encaixe a lâmpada, pressione levemente contra o soquete e gire-a no sentido horário (+/- 1/8 de volta).

Há outros casos como o VW Fox, que para acessar as lâmpadas, remove-se a cobertura por dentro do porta malas onde há um parafuso alinhador da lanterna que precisa ser removido. Em seguida, solte os parafusos que ficam na guarnição do porta malas (solte esses parafusos depois, ou a lanterna pode cair enquanto você remove o parafuso alinhador). Dessa forma a lanterna sai completa e as lâmpadas estão fixadas em uma placa de plástico com o circuito elétrico. (Atenção com a borracha de vedação. coloque-a cuidadosamente no lugar).

Dianteira: em geral, faróis dianteiros possuem uma tampa de acesso, sob o capô, dentro do cofre do motor. A lâmpada da luz de posição (pingo) é presa por suporte tipo cachimbo, que é removido girando o suporte ou simplesmente puxando ele (verifique no manual). Alguns casos, como o Honda Fit, é necessário remover o acabamento de plástico do para lamas para ter acesso às lâmpadas e para abrir espaço você deverá esterçar o volante para o lado oposto do lado que vai trocar a lâmpada.

O farol pode ter algumas dessas configurações:
*Parabólico simples: uma parábola (refletor)  para o farol e farol alto (lâmpada H4)
*Bi parabólico: uma parábola para o farol e uma para o farol alto (2 lâmpadas)
*Projetor: uma lente projetora para o farol e uma parábola para o farol alto (2 lâmpadas)
Em todas elas, a lâmpada tem um conector elétrico simples e uma presilha que segura a lâmpada no lugar. A dica mais importante é: retire o conector elétrico antes de soltar a mola, para retirar a lâmpada e quando instalar a lâmpada nova, trave a presilha e verifique se a lâmpada não ficou mal encaixada antes de conectar o terminal elétrico.

Encaixe elétrico de lâmpada tipo H4 (Bipolo): Primeiro passo, remova o encaixe. (Semelhante para todos os outros modelos de lâmpada, mudando apenas o tipo de vedação. No caso de lâmpadas H1, H3, H7, elas ficam protegidas por uma tampa plástica, que deve ser removida para ter acesso ao conector.

Remova a vedação. Vedação típica de lâmpada H4.

Observe o arame que prende a lâmpada no espaço. Esse arame funciona como uma mola e para soltá-lo basta pressionar a extremidade da presilha e empurrar ligeiramente para contra o farol e deslocar para o lado. Uma vez liberado, a lâmpada pode ser removida.

Break Light: mais uma vez, verifique no manual qual a forma correta de trocar as lâmpadas do break light. Talvez seja necessário retirar uma capa de proteção, ou a própria lente, ou simplesmente retirar o cachimbo que prende a lâmpada na carcaça.

Break Light com acesso interno: o acesso é feito por dentro do porta malas, logo abaixo da carcaça.

Lâmpada com base metálica em um soquete tipo cachimbo.

Lâmpada com base metálica de 1 polo. Para removê-la, pressione levemente a lâmpada contra o soquete e gire no sentido anti horário.
Break Light com acesso externo: é necessário apenas retirar a capa para ter acesso às lâmpadas.

Luz interna: pode ser necessário apenas remover a capa (lente) do suporte da lâmpada, com auxílio de uma pequena espátula plástica (que pode ser um cartão de crédito velho) para liberar as linguetas de pressão. Certifique-se que o interruptor esteja na posição OFF (desligado).

5. Curiosidades:

Porque não se deve encostar no vidro da lâmpada do farol?

Você nunca deve tocar no bulbo (a parte de vidro), por um motivo muito simples: a lâmpada do farol esquenta muito mais do que as outras lâmpadas e aquele vidro é propositalmente fabricado com quartzo, ou seja, vidro de sílica com altíssimo grau de pureza e qualidade ótica superior, para suportar a temperatura produzida pelo filamento. O problema é que quando se encosta no bulbo, inevitavelmente fica impregnado o óleo da pele na superfície, que gera diferença na dilatação e transferência de calor do vidro, que é suficiente para criar uma micro trinca na superfície (micro mesmo), que permite a troca de uma quantidade muito pequena de gases mas suficiente para expelir o gás halogênio de dentro da lâmpada e entrar oxigênio.

Caso você encoste na lâmpada: não é o fim do mundo, mas você vai precisar ir atrás de Álcool Isopropílico para uso em eletrônica e limpar bem a superfície e DEVE ser esse tipo de álcool. Limpe pelo menos 2x a superfície, usando  dois pedaços de papel ou pano bem limpo, que não deixe fiapos (nada de papel higiênico ou estopa). Toalha de papel que utiliza na cozinha ou papel para polimento são ideais para a limpeza.

Porque lâmpadas super brancas duram menos?

Temperatura de cor não possui esse nome por acaso. Ao contrário do que algumas pessoas dizem por aí elas foram assim denominadas pois corresponde à cor emitida por um corpo negro à tal temperatura. Por exemplo, uma lâmpada com temperatura de cor de 3000K corresponde à coloração emitida pelo corpo quando aquecido a 3000K (ou 2727°C). Em outras palavras, uma lâmpada incandescente cujo filamento de tungstênio atinge 2900°C, emite luz com temperatura de 3173K. Para se ter uma idéia de comparação, o sol emite luz com temperatura de cor de 5700K


E como é possível uma lâmpada de Tungstênio, cujo ponto de fusão é 3695K pode emitir luz com temperatura de cor de 4200K? (Osram Cool Blue Intense).
Trata-se de uma série de artifícios utilizados, como o tingimento do vidro em azul para filtrar algumas faixas de cor da luz emitida, a temperatura de funcionamento do filamento mais alta em conjunto com a construção de filamento, diferentes do convencional que gera um fluxo luminoso maior o que evita que a luz seja vista azul e sim, branca.

Essa elevação da temperatura, torna o filamento mais sensível às vibrações provocadas pela rodagem em pisos irregulares. O aumento de temperatura inevitavelmente reduz a resistência mecânica do filamento e por isso, a lâmpada super branca dura menos que as tradicionais e não tem absolutamente nada a ver com questões de "vida útil programada".

Porque algumas lâmpadas ficam com a superfície escura?

Esse é um efeito muito comum nas lâmpadas automotivas não halógenas. Como a lâmpada trabalha muito aquecida e o filamento é feito de metal (tungstênio) com presença de outros metais com ponto de fusão menor na liga, e assim há desprendimento de vapor de metal dentro do bulbo da lâmpada. Esse vapor metálico adere na superfície, gerando uma camada fina metalizada na superfície da lâmpada, que diminui consideravelmente a performance luminosa, sem propriamente queimar.
 
Mesmo acendendo, uma lâmpada nesse estado deve ser trocada.

E porque a lâmpada do farol não fica assim? Fica, mas demora bem mais e essa sobre vida é devido a tecnologia "halógena". A lâmpada do farol recebe uma quantidade de Iodo ou Bromo que evapora, "sequestra" os vapores metálicos e devolvem para a superfície do filamento.

Posso instalar outra lâmpada, adaptando o encaixe?

NÃO. Cada farol é projetado para utilizar um único tipo de lâmpada e isso acontece porque a posição que o filamento fica dentro do farol é extremamente importante.
A adaptação de outra lâmpada, "com encaixe parecido" vai fazer o filamento ou o ponto luminoso ficar posicionado fora do foco da parábola e isso vai trazer prejuízos consideráveis na iluminação, em especial um espalhamento de luz completamente fora do que é seguro para a condução.

Esse é o conceito de física por trás do farol de um carro: C é o centro de curvatura e F é o ponto de foco, onde o filamento deve estar posicionado para produzir um pincel de luz de feixes paralelos (linhas verdes). Caso o ponto luminoso fique mais próximo da superfície reflexiva, ele vai produzir uma luz espalhada (Linhas vermelhas) que não possuem nenhuma vantagem na segurança e produzem forte ofuscamento. Se ficar mais distante da superfície reflexiva (linhas azuis), ele vai produzir um perfil de iluminação convergente, que encurta o alcance do farol e produz feixes de luz que apontam para cima, como o visto abaixo do eixo principal, que causará ofuscamento.

Esse efeito do deslocamento do ponto luminoso é muito parecido com o efeito de uma lâmpada de kit de xenon e faróis que não são projetados para tal lâmpada. O ponto luminoso produzido pela lâmpada de descarga é maior que o produzido pelo filamento e mais intenso, portanto, a luz emitida é refletida de forma completamente desordenada.

Lâmpadas de qualidade ruim:

Duas lâmpadas de mesma categoria P21W: uma marca consagrada no mercado e a outra custa metade do preço. Será que têm as mesmas características? 

Particularmente tenho um sério problema com produtos de baixa qualidade, mas no caso de lâmpadas, é muito difícil mensurar essa propriedade. Existem algumas coisas que podemos olhar e que ajudam, mas continua não sendo o suficiente, afinal, ninguém sai com uma régua e a norma na mão para verificar se está tudo em conformidade.

Contato: na marca tradicional (à esquerda) há melhor acabamento no isolamento (anel preto), que é um indício de qualidade.

Diferença considerável: à esquerda, o filamento da marca tradicional está mais centralizado e a cor avermelhada do condutor indica que é feito de cobre ou pelo menos cobreado.

O filamento da lâmpada mais barata (à direita) está fora de especificação. O padrão determina que para a lâmpada P21W o filamento deve estar a 31,8 +/- 0,3 mm da linha de referência, que é a reta tangente ao pino mais próxima do bulbo. Na marca consagrada, mais cara, o filamento está a 32mm e na outra 27mm.

As medições feitas nas lâmpadas, comparando-as com a norma, indicam que a lâmpada produzida pela marca consagrada no mercado, atende todas as especificações, enquanto a lâmpada mais barata tem sérios problemas com a padronização.
O filamento deslocado 5mm em relação ao ponto ideal é o mais preocupante. Isso significa uma perda considerável em emissão do fluxo luminoso pela lanterna (lembre-se do desenho da parábola acima) e, pensando na segurança, se trata da lâmpada de sinalização de freio do seu carro.

Norma disponível em https://www.unece.org/fileadmin/DAM/trans/doc/2015/wp29gre/ECE-TRANS-WP29-GRE-2015-28e.pdf "Sheet P21W/1, página 133"

Economize um dinheiro da mão de obra, economize mais ainda fugindo de multas, mas não economize na qualidade. Um ótimo trabalho com a troca das lâmpadas! Até o próximo Dia de Garagem!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Técnica: Esponja mágica

Vou apresentar hoje a técnica de limpeza por esponja mágica que está se popularizando devido à incrível capacidade de limpar superfícies. Muitos a utilizam para fazer limpeza de superfícies de couro, plásticos do painel e outras superfícies rugosas, mas a técnica requer alguns cuidados ou a limpeza pode danificar a superfície muitas vezes de forma irreversível.

Esponja mágica: um bloco de melamina. No Ali-express, 100 unidades dessa esponja custa incríveis 6 dólares. Mas, como é novidade para nós, pagamos 10 reais num bloco desses.

A esponja mágica é um bloco de espuma de melamina, uma substância bastante conhecida pelos utensílios de cozinha de "plastico" com aparência de cerâmica e também devido a episódios de adulteração de análises nutricional de alguns alimentos no Brasil e na China.

É uma espuma realmente muito fina.

O processo de limpeza com esponjas de melamina está associado à esfoliação da superfície e funciona por via úmida. Ao atritar a esponja sobre a superfície, ela desprende pequenas partículas sólidas de melamina, que servem como abrasivo bastante agressivo.
Portanto, a esponja não deve ser utilizada em superfícies pintadas, texturizadas, com acabamento brilhante ou sujeitas a risco. A grosso modo, para saber se é seguro ou não utilizar a esponja mágica, pense se você esfregaria uma lixa 1500 sobre aquela superfície.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Bateria Parte 2: transferência de carga

Às vezes não tem jeito, não é bateria no fim da vida. É que esquecemos o farol ligado, deixamos o som ligado muito tempo e enfim, a bateria descarrega e não sobra nada para dar partida. Pegar no tranco não é recomendado e se o carro for automático, simplesmente não dá. Então, é muito comum o processo de transferência de carga, a popular chupeta, entre uma bateria e outra.

O conceito é bastante simples: conectar a bateria carregada de um carro na bateria descarregada para dar a partida. Mas o procedimento incorreto pode queimar o alternador, danificar a parte elétrica e até causar um incêndio. Para evitar qualquer acidente existe a forma CORRETA de se realizar esse procedimento.

Avaliação e preparação:

Verifique o estado da bateria descarregada: nunca dê carga em uma bateria que esteja vazando, emitindo gás sulfídrico (cheiro de ovo podre), com rachadura na carcaça, com deformação na carcaça, ou com voltagem abaixo de 10,8V, sob o risco de causar uma explosão ou incêndio. Para regiões muito frias, verifique antes se a bateria não está congelada.

Se a bateria estiver em ordem, depois que seu amigo chegar para te ajudar, posicione os carros a uma distância segura, porém próximo o suficiente para que os cabos alcancem os terminais da bateria. Nunca deixe os carros se tocarem e nem fique encostado nos dois veículos ao mesmo tempo.

Com os dois carros e todos os equipamentos elétricos DESLIGADOS (chave fora do contato) localize os terminais, positivo e negativo da bateria de ambos os carros (geralmente o terminal positivo tem uma capa ou o cabo vermelho).

Estique o cabo de transferência, sem deixá-lo emaranhado em nenhum ponto. A partir desse momento as garras não poderão se encostar. Jamais permita que o cabo atravesse por cima do motor de qualquer um dos carros, pois podem enroscar em alguma ventoinha ou correia, o que seria um verdadeiro desastre!

Conectando as baterias:

IMPORTANTÍSSIMO:
A conexão deve ser feita "POSITIVO com POSITIVO", "NEGATIVO com NEGATIVO".

De novo: observe se a bateria descarregada está em bom estado, ou seja, se não há vazamento de ácido na parte superior da bateria. Carregar uma bateria comprometida pode ser perigoso!

Na bateria descarregada, conecte o a garra positiva no polo positivo. Deixe a garra negativa desconectada e sem encostá-la em nenhuma superfície metálica.

Na bateria carregada, conecte a garra positiva no polo positivo

 
E a garra negativa no polo negativo, nesta sequência. Confira sempre se as garras estão bem firmes.
Hora de conectar a outra garra negativa, no carro com a bateria descarregada: não conecte diretamente no polo negativo da bateria descarregada. Lembre-se que a bateria pode expelir gases inflamáveis durante o carregamento e no momento em que se conecta ou desconecta a garra negativa, inevitavelmente haverá faísca, que pode causar uma pequena explosão do gás vindo da bateria.

99% de certeza que no momento em que você encostar a garra, haverá faísca. Não se assuste, a garra negativa é de aterramento, então você não levará choque.

Procure uma peça metálica, robusta e distante pelo menos 30 cm, da bateria ou de qualquer linha de combustível, como o gancho da fechadura do capô ou os parafusos da ancoragem do amortecedor. Dessa forma a faísca acontecerá longe da bateria ou de líquidos inflamáveis. 

Certifique-se de que o cabo não está passando perto de nenhuma parte móvel do motor de ambos os carros (ventoinha ou correias) e prossiga para a sequência de partida.

Dando partida nos carros:

Primeiro, ligue o veículo com a bateria carregada e deixe-o funcionar por 2 minutos. Assim, o alternador estabiliza e transfere carga para as duas baterias sem forçar a bateria doadora com duas partidas consecutivas. No carro com a bateria descarregada, verifique o funcionamento de equipamentos elétricos (piscar farol, acionar o vidro elétrico, etc), para ter certeza de que a conexão está adequada. Passados esses dois minutos, dê a partida no carro que estava com a bateria descarregada.

Se ainda assim o carro não ligar: não force a partida ou poderá estragar o alternador do carro que está fornecendo energia. Deixe os carros conectados por mais 5 minutos, acelerado a 2000 rpm. Isso aumentará significativamente a transferência de carga entre os carros. Se nem assim o carro ligar, o problema pode ser o cabo ou a conexão na bateria está com mau contato.

SEMPRE acompanhe o carregamento das baterias.

Removendo as garras:

Sem desligar nenhum dos dois carros:

1. Remova o cabo negativo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
2. Remova o cabo positivo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
Obs: não remova as duas garras da mesma bateria de uma vez. Se elas se encostarem por acidente, provocará curto circuito no outro carro.

Deixe o carro receptor funcionando por pelo menos 10 minutos, se preferir, dê uma volta com o veículo.

*De novo, quando for remover a garra negativa do carro que recebeu carga, haverá faísca.

Extra: massaroca no pólo da bateria.

Esse sólido branco/esverdeado que fica no polo da bateria é também conhecido com Zinabre ou Azinhavre e é resultado de oxidação no terminal. Quando esverdeado, é indício da oxidação do cobre do condutor.

Na presença de zinabre, faça a conexão da garra em uma região que não tenha o cristal depositado na superfície, ou limpe o terminal com ajuda de uma ferramenta, sem dar pancadas no terminal, apenas para expor o metal do terminal e garantir uma boa conexão.

Porque ele se forma? A formação do zinabre no polo da bateria está associado ao vazamento de ácido pelo terminal, resultado de instalação incorreta  da bateria, como pancadas no terminal para encaixar o conector ou torção excessiva na remoção durante serviços de manutenção.

Como evitar: esse tipo de defeito deve ser evitado no momento da montagem e desmontagem da conexão da bateria, evitando forçar excessivamente os terminais na remoção ou instalação. Uma vez danificada a vedação, não há reparo a não ser a troca da bateria. Uma outra possível causa é má fixação da bateria, que danifica a vedação devido as vibrações do carro ao rodar.

O que fazer: periodicamente limpe os terminais jogando água fervente e não tente limpar com as mãos pois há resíduo de ácido sulfúrico. Note que a formação dessa substância indica a corrosão de metal. No longo prazo, poderá romper a conexão.

Escolhendo um bom cabo:
Esse tópico é destinado aos proprietários mais fanáticos. Ficar atento à qualidade do cabo na hora da compra é muito importante e diante de tantos produtos diponíveis no mercado, às vezes não sabemos o que escolher.
Cabos de muito baixa qualidade podem te deixar na mão e na hora do aperto é o pior que poderia acontecer. Ter um cabo desses no carro é ter a faca e o queijo na mão, mas às vezes você pode ter uma faquinha de plástico para cortar um parmesão.


Sem classificar por marcas, peguei emprestado alguns cabos para fazer uma comparação na diferença de qualidade, que pela falta de normas disponíveis, resolvi me amparar em valores de segurança das tabelas de aplicação de cabos elétricos.

*Cabo: pelo menos AWG 8, ou 8mm² ou 3mm de diâmetro. Nesse tipo de cabo, a corrente nominal de condução unifilar é 73A com picos de 300A.
*Garra: cobreada, com boa conexão entre os filamentos e o terminal. Por boa conexão me refiro à área de contato entre o condutor e a garra, e ela deve ser pelo menos o dobro da área da secção transversal do fio.
*Construção: verifique se o cabo é bem preso à garra. Uma boa fixação do cabo na garra implica numa boa durabilidade.

Cabo de qualidade baixa: 

Cabo que consegui emprestado e o dono dele disse: "nunca consegui dar a partida no carro usando esse cabo". Com esse cabo, ele deveria ter deixado os carros conectados por pelo menos 5 minutos antes de tentar dar a primeira partida.

O condutor é muito fino (reparem como eles fazem um isolamento bem espesso para criar a ilusão de um cabo grosso), a garra é de um material de baixa qualidade de condução e uma conexão bem precária entre o filamento e o terminal (aparentemente aço galvanizado). Tudo isso deve ser levado em conta na hora de escolher um cabo!


Cabo de qualidade suficiente:

Com um pouco mais de qualidade, estes suportam 200A e já suficiente para dar partidas em carros com a bateria mais descarregada. Esse cabo possui as garras cobreadas, que aumentam significativamente a qualidade da condução de energia e isolantes para as mãos substancialmente melhores.


Reparem como nesse cabo, apesar do isolante ser bastante espesso, a quantidade de cobre no condutor é maior. Cabo bem fixado no terminal mas, quanto de fio será que está em contato com a garra?

Cabo de ótima qualidade:

Cabo de maior qualidade: ideal para motores de grande litragem (acima de 2.5), suportam até 300A de corrente. Garras com pegadores de plástico de muita qualidade, não torcem nem deformam quando abertos.

Terminais cobreados com paredes grossas e grande área de contato elétrico entre os filamentos e o terminal.

Com isso podemos perceber que há diferença entre um cabo e outro e não é só uma questão de preço.

Por hoje é isso pessoal. Apesar de ser um procedimento extremamente simples, tenham muito cuidado na hora de realizar a transferência de carga entre baterias. Fiquem atentos na condição da bateria e no momento da conexão.

Muito obrigado pela leitura e até o próximo Dia de Garagem!