sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Conhecendo os sistemas: como funciona o sistema de suspensão de um carro



A suspensão exige atenção principalmente pela enorme quantidade de buracos e ondulações que encontramos nas ruas. A suspensão é responsável pela estabilidade, dirigibilidade, torção e rolagem da carroceria, além do conforto aos ocupantes. Engana-se quem pensa que a suspensão do veículo se resume às barras estabilizadoras, amortecedores e molas. Os pneus e rodas também apresentam papel importante no funcionamento da suspensão.

Amortecedores: estes são os grandes alvos dos centros automotivos. Qualquer coisa é motivo para trocar os amortecedores, que não são exatamente baratos. A rigor, recomenda-se a troca dos amortecedores a cada 40 mil quilômetros, sendo esse é o período indicado pelas montadoras e fabricantes das peças ou quando houver alguma avaria devido a pancadas bruscas em buracos.
Mas, será que o amortecedor está mesmo estourado, como disse o vendedor?
Um jeito muito simples de saber, é comparar a altura do carro em relação ao piso, no lado do motorista e do passageiro. Caso haja diferença de altura, provavelmente o amortecedor está comprometido. E se os dois estiverem estourados? Nesse caso, seu carro, ao passar em buracos ou valetas, transmite pancadas secas e oscila excessivamente depois de lombadas.

Molas: as molas são peças que trabalham em conjunto com os amortecedores, dando-lhes sustentação e reduzem a oscilação da carroceria devido a natureza do funcionamento dos amortecedores, criando um comportamento elastoplástico na suspensão. São peças bastante resistentes, com ampla vida útil, mas há recomendação de troca a cada 80 mil km. Deve-se observar atentamente a presença de pontos de corrosão nas molas e marcas de batida entre as espiras, que indicam que a mola está encostando, devido ao desgaste natural da peça e requer troca imediata. O principal perigo causado pela quebra de uma mola, é a possibilidade da fratura da peça perfurar o pneu do veículo. Colocar um pedaço de mangueira na primeira espira para diminuir ruídos pode ser uma boa medida para reduzir ruídos nas molas, desde que não seja feita com o intuito de substituir os batentes mas tenha o cuidado de fazer uma vedação entre a mola e a mangueira com algum silicone flexível, para evitar o acúmulo de água, a fim de evitar uma corrosão em fresta, imperceptível em inspeções visuais.

Barra estabilizadora: a barra estabilizadora é uma barra elástica em formato de "U" que transmite parte da oscilação de um lado da suspensão para o outro. Ela é ligada à parte de baixo dos amortecedores e é de extrema importância em curvas acentuadas. A barra atua na "correção" da diferença de movimento dos amortecedores. Imagine que um carro esteja fazendo uma curva em alta velocidade para a esquerda. É fácil lembrar que nessa situação o lado do passageiro abaixa enquanto o lado do motorista sobe. A barra estabilizadora então transmite parte desse abaixamento para o lado do motorista, tendendo a nivelar a altura dos dois lados.

Pneus: Os pneus colaboram com a suspensão absorvendo impactos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os pneus afetam o comportamento dinâmico dos veículos. Pneus mais largos melhoram a aderência em curvas, mas não necessariamente a estabilidade nelas. Quando se alargam os pneus, é preciso compensar na altura dele, para que o diâmetro do pneu novo não exceda o diâmetro original. Pneus com perfil muito baixo, transmitem mais impacto às demais peças da suspensão, exigindo mais dos amortecedores, barra estabilizadora, molas e a ponta do eixo. A calibragem diferente, inerente à medida nova, também afeta a dirigibilidade do carro. Conjuntos de rodas maiores e mais pesados tendem a aumentar a amplitude de oscilação do conjunto da suspensão.

Rodas: As rodas apresentam diferentes construções em relação à profundidade, escolhidas durante o projeto do veículo. É o famoso "offset" da roda. O uso rodas com offset diferente do original é desencorajado, pois dessa forma a roda produzirá esforços maiores na ponta do eixo, podendo causar a quebra prematura do rolamento ou até a quebra da ponta do eixo por fadiga, acelerada pelo maior esforço induzido. A recuperação de rodas também é um assunto delicado. Existem diversos fatores micro estruturais dos metais que são imperceptíveis aos olhos, mas extremamente importantes no que tange a resistência do material.