Às vezes não tem jeito, não é bateria no fim da vida. É que esquecemos o farol ligado, deixamos o som ligado muito tempo e enfim, a bateria descarrega e não sobra nada para dar partida. Pegar no tranco não é recomendado e se o carro for automático, simplesmente não dá. Então, é muito comum o processo de transferência de carga, a popular chupeta, entre uma bateria e outra.
O conceito é bastante simples: conectar a bateria carregada de um carro na bateria descarregada para dar a partida. Mas o procedimento incorreto pode queimar o alternador, danificar a parte elétrica e até causar um incêndio. Para evitar qualquer acidente existe a forma CORRETA de se realizar esse procedimento.
Avaliação e preparação:
Verifique o estado da bateria descarregada: nunca dê carga em uma bateria que esteja vazando, emitindo gás sulfídrico (cheiro de ovo podre), com rachadura na carcaça, com deformação na carcaça, ou com voltagem abaixo de 10,8V, sob o risco de causar uma explosão ou incêndio. Para regiões muito frias, verifique antes se a bateria não está congelada.
Se a bateria estiver em ordem, depois que seu amigo chegar para te ajudar, posicione os carros a uma distância segura, porém próximo o suficiente para que os cabos alcancem os terminais da bateria. Nunca deixe os carros se tocarem e nem fique encostado nos dois veículos ao mesmo tempo.
Com os dois carros e todos os equipamentos elétricos DESLIGADOS (chave fora do contato) localize os terminais, positivo e negativo da bateria de ambos os carros (geralmente o terminal positivo tem uma capa ou o cabo vermelho).
Estique o cabo de transferência, sem deixá-lo emaranhado em nenhum ponto. A partir desse momento as garras não poderão se encostar. Jamais permita que o cabo atravesse por cima do motor de qualquer um dos carros, pois podem enroscar em alguma ventoinha ou correia, o que seria um verdadeiro desastre!
Se a bateria estiver em ordem, depois que seu amigo chegar para te ajudar, posicione os carros a uma distância segura, porém próximo o suficiente para que os cabos alcancem os terminais da bateria. Nunca deixe os carros se tocarem e nem fique encostado nos dois veículos ao mesmo tempo.
Com os dois carros e todos os equipamentos elétricos DESLIGADOS (chave fora do contato) localize os terminais, positivo e negativo da bateria de ambos os carros (geralmente o terminal positivo tem uma capa ou o cabo vermelho).
Estique o cabo de transferência, sem deixá-lo emaranhado em nenhum ponto. A partir desse momento as garras não poderão se encostar. Jamais permita que o cabo atravesse por cima do motor de qualquer um dos carros, pois podem enroscar em alguma ventoinha ou correia, o que seria um verdadeiro desastre!
Conectando as baterias:
IMPORTANTÍSSIMO: A conexão deve ser feita "POSITIVO com POSITIVO", "NEGATIVO com NEGATIVO".
De novo: observe se a bateria descarregada está em bom estado, ou seja, se não há vazamento de ácido na parte superior da bateria. Carregar uma bateria comprometida pode ser perigoso!
IMPORTANTÍSSIMO: A conexão deve ser feita "POSITIVO com POSITIVO", "NEGATIVO com NEGATIVO".
De novo: observe se a bateria descarregada está em bom estado, ou seja, se não há vazamento de ácido na parte superior da bateria. Carregar uma bateria comprometida pode ser perigoso!
Na bateria descarregada, conecte o a garra positiva no polo positivo. Deixe a garra negativa desconectada e sem encostá-la em nenhuma superfície metálica.
Hora de conectar a outra garra negativa, no carro com a bateria descarregada: não
conecte diretamente no polo negativo da bateria descarregada. Lembre-se que a bateria pode expelir gases inflamáveis durante o carregamento e no momento em que se conecta ou desconecta a garra negativa, inevitavelmente haverá faísca,
que pode causar uma pequena explosão do gás vindo da bateria.
99% de certeza que no momento em que você encostar a garra, haverá faísca. Não se assuste, a garra negativa é de aterramento, então você não levará choque.
Procure uma peça metálica, robusta e distante pelo menos 30 cm, da bateria ou de qualquer linha de
combustível, como o gancho da fechadura do capô ou os parafusos da ancoragem do
amortecedor. Dessa forma a faísca acontecerá
longe da bateria ou de líquidos inflamáveis.
Certifique-se de que o cabo não está passando perto de
nenhuma parte móvel do motor de ambos os carros (ventoinha ou correias) e prossiga para a sequência de partida.
Dando partida nos carros:
Primeiro, ligue o veículo com a bateria carregada e
deixe-o funcionar por 2 minutos. Assim, o alternador estabiliza e transfere carga para as
duas baterias sem forçar a bateria doadora com duas partidas consecutivas. No carro com a bateria descarregada, verifique o funcionamento de equipamentos elétricos (piscar farol, acionar o vidro elétrico, etc), para ter certeza de que a conexão está adequada. Passados esses
dois minutos, dê a partida no carro que estava com a bateria descarregada.
Se ainda assim o carro não ligar: não force a partida ou poderá
estragar o alternador do carro que está fornecendo energia. Deixe os carros conectados por mais 5
minutos, acelerado a 2000 rpm. Isso aumentará significativamente a transferência
de carga entre os carros. Se nem assim o carro ligar, o problema pode ser o
cabo ou a conexão na bateria está com mau contato.
SEMPRE acompanhe o carregamento das baterias.
SEMPRE acompanhe o carregamento das baterias.
Removendo as garras:
Sem desligar nenhum dos dois carros:
1. Remova o cabo negativo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
2. Remova o cabo positivo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
Obs: não remova as duas garras da mesma bateria de uma vez. Se elas se encostarem por acidente, provocará curto circuito no outro carro.
Deixe o carro receptor funcionando por pelo menos 10 minutos, se preferir, dê uma volta com o veículo.
1. Remova o cabo negativo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
2. Remova o cabo positivo, primeiro do veículo receptor depois do doador.
Obs: não remova as duas garras da mesma bateria de uma vez. Se elas se encostarem por acidente, provocará curto circuito no outro carro.
Deixe o carro receptor funcionando por pelo menos 10 minutos, se preferir, dê uma volta com o veículo.
*De novo, quando for remover a garra negativa do carro que recebeu carga, haverá faísca.
Extra: massaroca no pólo da bateria.
Esse sólido branco/esverdeado que fica no polo da bateria é também conhecido com Zinabre ou Azinhavre e é resultado de oxidação no terminal. Quando esverdeado, é indício da oxidação do cobre do condutor.
Na presença de zinabre, faça a conexão da garra em uma região que não tenha o cristal depositado na superfície, ou limpe o terminal com ajuda de uma ferramenta, sem dar pancadas no terminal, apenas para expor o metal do terminal e garantir uma boa conexão.
Porque ele se forma? A formação do zinabre no polo da bateria está associado ao vazamento de ácido pelo terminal, resultado de instalação incorreta da bateria, como pancadas no terminal para encaixar o conector ou torção excessiva na remoção durante serviços de manutenção.
Como evitar: esse tipo de defeito deve ser evitado no momento da montagem e desmontagem da conexão da bateria, evitando forçar excessivamente os terminais na remoção ou instalação. Uma vez danificada a vedação, não há reparo a não ser a troca da bateria. Uma outra possível causa é má fixação da bateria, que danifica a vedação devido as vibrações do carro ao rodar.
O que fazer: periodicamente limpe os terminais jogando água fervente e não tente limpar com as mãos pois há resíduo de ácido sulfúrico. Note que a formação dessa substância indica a corrosão de metal. No longo prazo, poderá romper a conexão.
Escolhendo um bom cabo:
Esse tópico é destinado aos proprietários mais fanáticos. Ficar atento à qualidade do cabo na hora da compra é muito importante e diante de tantos produtos diponíveis no mercado, às vezes não sabemos o que escolher.
Cabos de muito baixa qualidade podem te deixar na mão e na hora do aperto é o pior que poderia acontecer. Ter um cabo desses no carro é ter a faca e o queijo na mão, mas às vezes você pode ter uma faquinha de plástico para cortar um parmesão.
Sem classificar por marcas, peguei emprestado alguns cabos para fazer uma comparação na diferença de qualidade, que pela falta de normas disponíveis, resolvi me amparar em valores de segurança das tabelas de aplicação de cabos elétricos.
*Cabo: pelo menos AWG 8, ou 8mm² ou 3mm de diâmetro. Nesse tipo de cabo, a corrente nominal de condução unifilar é 73A com picos de 300A.
*Garra: cobreada, com boa conexão entre os filamentos e o terminal. Por boa conexão me refiro à área de contato entre o condutor e a garra, e ela deve ser pelo menos o dobro da área da secção transversal do fio.
*Construção: verifique se o cabo é bem preso à garra. Uma boa fixação do cabo na garra implica numa boa durabilidade.
Cabo de qualidade baixa:
Cabos de muito baixa qualidade podem te deixar na mão e na hora do aperto é o pior que poderia acontecer. Ter um cabo desses no carro é ter a faca e o queijo na mão, mas às vezes você pode ter uma faquinha de plástico para cortar um parmesão.
Sem classificar por marcas, peguei emprestado alguns cabos para fazer uma comparação na diferença de qualidade, que pela falta de normas disponíveis, resolvi me amparar em valores de segurança das tabelas de aplicação de cabos elétricos.
*Cabo: pelo menos AWG 8, ou 8mm² ou 3mm de diâmetro. Nesse tipo de cabo, a corrente nominal de condução unifilar é 73A com picos de 300A.
*Garra: cobreada, com boa conexão entre os filamentos e o terminal. Por boa conexão me refiro à área de contato entre o condutor e a garra, e ela deve ser pelo menos o dobro da área da secção transversal do fio.
*Construção: verifique se o cabo é bem preso à garra. Uma boa fixação do cabo na garra implica numa boa durabilidade.
Cabo de qualidade baixa:
Cabo que consegui emprestado e o dono dele disse: "nunca consegui dar a partida no carro usando esse cabo". Com esse cabo, ele deveria ter deixado os carros conectados por pelo menos 5 minutos antes de tentar dar a primeira partida.
O condutor é muito fino (reparem como eles fazem um isolamento bem espesso para criar a ilusão de um cabo grosso), a garra é de um material de baixa qualidade de condução e uma conexão bem precária entre o filamento e o terminal (aparentemente aço galvanizado). Tudo isso deve ser levado em conta na hora de escolher um cabo!
Com um pouco mais de qualidade, estes suportam 200A e já suficiente para dar partidas em carros com a bateria mais descarregada. Esse cabo possui as garras cobreadas, que aumentam significativamente a qualidade da condução de energia e isolantes para as mãos substancialmente melhores.
Reparem como nesse cabo, apesar do isolante ser bastante espesso, a quantidade de cobre no condutor é maior. Cabo bem fixado no terminal mas, quanto de fio será que está em contato com a garra?
Cabo de ótima qualidade:
Cabo de maior qualidade: ideal para motores de grande litragem (acima de 2.5), suportam até 300A de corrente. Garras com pegadores de plástico de muita qualidade, não torcem nem deformam quando abertos.
Terminais cobreados com paredes grossas e grande área de contato elétrico entre os filamentos e o terminal.
Com isso podemos perceber que há diferença entre um cabo e outro e não é só uma questão de preço.
Por hoje é isso pessoal. Apesar de ser um procedimento extremamente simples, tenham muito cuidado na hora de realizar a transferência de carga entre baterias. Fiquem atentos na condição da bateria e no momento da conexão.
Muito obrigado pela leitura e até o próximo Dia de Garagem!